A urgência dos concursos no serviço público

Sempre é bom ouvir a notícia de abertura de concurso público. Ainda mais numa rede tão sucatada como a rede de ensino estadual. O anúncio feito essa semana ameniza um pouco a enorme defasagem profissional que o Estado apresenta. Porém é importante que a comunidade saiba que na rede estadual há mais de 15 mil professores trabalhando sem concurso. Faz 8 anos que o governo estadual não realiza concurso para novos professores. Isso nos dá uma ideia do tamanho do problema e o quanto o presente concurso ainda é insuficiente para a necessidade que a educação catarinense apresenta.

Precisamos fazer um amplo debate com toda a sociedade sobre a importância da realização constante de concursos para o serviço público. Os governos precisam assumir de fato a responsabilidade por suprir o quadro de pessoal necessário nas diferentes secretarias.

O quadro efetivo de trabalhadores no serviço público não pode diminuir. É preciso repor de forma constante os profissionais que se aposentam ou que abandonam a carreira pública. E como a população vem crescendo, a lógica seria o número de servidores públicos crescer também na mesma proporção.

Temos sempre que lembrar que são os servidores públicos que garantem o atendimento básico das necessidades da população. O professor que leciona para os nossos filhos é um servidor público. O médico, o enfermeiro, o técnico de enfermagem no posto de saúde, no PA ou no hospital são servidores públicos. O agente administrativo que emite as certidões, que cuida das agendas, é um servidor público. São servidores públicos que garantem a manutenção das nossas ruas, bueiros, praças…

Se o governo não completa o quadro de servidores necessários para atender a população, está cometendo um verdadeiro crime. O papel do Estado é ofertar saúde, educação e demais atendimentos sociais para o povo. É para isso que cobra impostos de todos nós.

O problema é que vemos em todos os cantos do país os governos precarizando a relação de trabalho no serviço público. Ao invés de abrir concurso, contrata de forma precária, com salário rebaixado e sem os direitos de um trabalhador concursado. Claro que o governo economiza, mas quem paga a conta é o cidadão, que tem o serviço público também precarizado, com atendimento deficiente em todas as áreas.

Não se pode economizar com contratação de servidores para educação, saúde e demais setores. Não se pode economizar com os serviços necessários para cuidar bem do povo sofrido.
Por isso, é preciso cobrar sempre que os governantes não deixem faltar médicos, professores, ou qualquer profissional para atender as pessoas. Essa é a função do concurso público, previsto pela Constituição brasileira, porém muitas vezes ignorado pelos detentores do poder.


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