O que a Acij teme?

Esta semana a Acij publicou um editorial em sua coluna no Jornal A Notícia cujo principal assunto era a greve dos servidores municipais de Joinville. No texto, a associação empresarial ridiculariza a Prefeitura de Joinville, desrespeita a organização dos trabalhadores e esconde suas intenções atrás da defesa da regulamentação do direito de greve no serviço público.

Se é verdade o que afirma a Acij, que até hoje não houve regulamentação para a greve no serviço público, também é correto que desde 2007 o Supremo Tribunal Federal entende que vale para o setor público o mesmo processo da iniciativa privada. No entanto, é preciso compreender que não é esta a preocupação central dessa associação, como ela tenta apresentar.

A Acij sabe que os servidores municipais têm um histórico de combate por suas reivindicações e que possuem a capacidade de parar a cidade, o que pode atrapalhar os interesses do patronato. Além disso, é consciente de que a organização dessa categoria é exemplo para todas as demais da região.

Em seu editorial, a Acij pede que antes da decisão de greve, haja uma negociação exaustiva. O Sinsej tem grande disposição para isso. Porém, o que fazer se após dois meses da entrega da Pauta, com a realização de seis reuniões, o prefeito continua fingido que negocia, sem apresentar avanços no atendimento das reivindicações? O que temos visto é a Prefeitura colocando obstáculos indevidos para atender à categoria.

Para o Sinsej, o texto da associação empresarial falta com respeito não só com os trabalhadores, mas com a própria Prefeitura, que deveria exigir retratação. Repleto de deboche, o editorial também sugere que os agentes turísticos do município incluam a greve do funcionalismo nos panfletos orientativos, ao lado da Festa das Flores, do Festival de Dança e da Expogestão. A Prefeitura não é o apêndice da Acij e como tal não pode se comportar. Quem é esta associação para interferir na negociação entre os servidores e o governo, ainda mais com falsas e superficiais preocupações?

 

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