Adriano e Moisés: vamos esperar até quando?

Enquanto as ações e decretos dos governos estadual e municipal seguem reforçando a falsa oposição entre vida e economia, em favor dos interesses dos grandes empresários, vidas seguem sendo ceifadas pela pandemia de Covid-19. O aumento dos casos assusta: em Joinville são mais de 57,3 mil confirmados desde o início da pandemia, 688 mortes e somente nove leitos de UTI disponíveis nesta quinta-feira.

O decreto lançado esta semana pelo governador Carlos Moisés (PSL) e apoiado pelo prefeito Adriano Silva (Novo) se revela um verdadeiro faz de conta que em nada altera o alto índice de contaminação que atinge nossa cidade, tampouco muda a realidade do sistema de saúde que segue colapsado em praticamente todas as regiões do estado de Santa Catarina.

As manchetes dos jornais de hoje em Joinville escancaram que as ações definidas pelo decreto lançado na terça-feira são incapazes de conter o avanço da doença. A redução da ocupação dos ônibus do transporte público para 50% dos assentos, sem ampliação do número de veículos em circulação, resultou em filas nos terminais, aglomeração nas paradas de ônibus e muitos atrasos dos passageiros que dependem dos coletivos.

A proibição do funcionamento de bares e afins, da meia noite às seis da manhã, ignora que durante o dia o vírus circula com uma intensidade feroz, ‘pegando carona’ no vai e vem daqueles que cumprem suas tarefas. Os serviços não essenciais continuam em atividade e as escolas estaduais estão absurdamente permitidas de ocupar 100% das suas salas de aula.

De forma irresponsável e desumana, os governos demonstram toda a sua incapacidade em lidar com uma das maiores catástrofes já vividas pelos brasileiros: ocultam os surtos nas escolas em decorrência do retorno das aulas presenciais, lançam decretos sem efeito real e ainda fingem se sensibilizar com os mais de 250 mil mortos.

Não se tratam de números, são vidas que estão sendo ceifadas e famílias que estão sendo destruídas. O tempo corre e a população precisa de medidas efetivas agora. É urgente e imprescindível um plano de contingência com fechamento dos serviços não essenciais, a suspensão das aulas presenciais, vacina para todos pelo SUS, com um calendário definido, testagem em massa.

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