Apoio à greve dos Bancários
Os bancários entraram em greve na terça-feira (27), com a maior mobilização da categoria dos últimos 20 anos. Já no primeiro dia eles fecharam 4.191 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados em 25 estados e no Distrito Federal. Os dados são da Contraf-CUT.
A greve foi deflagrada por tempo indeterminado após a quinta rodada de negociações com a Fenaban, ocorrida na última sexta-feira (23), em São Paulo, quando foi recusada a segunda proposta de reajuste de 8% sobre os salários. A proposta também não contemplava a valorização do piso, a ampliação da PLR, fim da rotatividade, mais contratações, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, mais segurança, igualdade de oportunidades, melhoria do atendimento aos clientes e inclusão bancária sem precarização.
A proposta dos bancos representa apenas 0,56% de aumento acima da inflação do período, o que está longe da reivindicação da categoria, de 12,8% (5% de aumento real). Enquanto isso, os seis maiores bancos que operam no Brasil lucraram R$ 25,9 bilhões no primeiro semestre, segundo levantamento do Dieese e da Contraf-CUT, o que significa um aumento de R$ 4,3 bilhões em relação ao lucro do mesmo período do ano passado.
Assista o jornal da CUT, cujo destaque é a greve dos bancários.
Santa Catarina
A estimativa da Feeb/SC (Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários) é que no Estado 50% dos funcionários de bancos públicos estejam parados. A adesão em bancos privados é menor. O movimento está mais forte em Florianópolis, onde todas as agências, incluindo as privadas, foram afetadas de alguma forma, segundo a Feeb/SC.
Joinville
Em Joinville, a adesão foi menor. O movimento começou com cerca de 250 grevistas na manhã de quarta-feira (28/9), mas encerrou o dia com apenas 80 trabalhadores mobilizados, de acordo com o Sindicato dos Bancários de Joinville e Região. A maior concentração de grevistas está na agência da Caixa Econômica na Rua do Príncipe e na agência do Banco do Brasil da Rua Getúlio Vargas.
O Sinsej se solidariza com as reivindicações dessa categoria e apóia a paralisação.
Veja as principais reivindicações da categoria:
Remuneração
– Reajuste de 12,8% (inflação do período mais aumento real de 5%).
– Piso igual ao salário mínimo do Dieese: R$ 2.297,51 (em junho).
– PLR: três salários mais R$ 4.500 sem desconto dos programas próprios de renda variável
– Plano de Cargos e Salários (PCS) em todos os bancos.
– Gratificação semestral de 1,5 salário para todos os bancários.
– Contratação da remuneração total dos bancários.
– Vale-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio creche/babá iguais ao salário mínimo (R$ 545).
– Auxílio-educação para todos os bancários.
– Previdência complementar para todos os bancários.
Emprego
– Garantia de emprego;
– Proteção contra a dispensa imotivada, combatendo a rotatividade.
– Contratação de mais bancários;
– Fim das terceirizações.
– Jornada de trabalho de seis horas para todos os bancários.
– Ampliação do horário de atendimento para das 9h às 17h com dois turnos de trabalho;
– Tempo de até 15 minutos de espera nas filas nos dias normais;
– Abono assiduidade de cinco dias por ano.
Igualdade de oportunidades
– Igualdade na contratação, remuneração e ascensão profissional.
– Realização de um novo censo para avaliar os resultados dos programas implantados pelos bancos para combater a discriminação.
– Prorrogação automática da licença-maternidade de quatro para seis meses, sem necessidade de solicitação por parte da bancária.
– Condições de acessibilidade nas agências tanto para bancários como para clientes com deficiências.
Saúde do trabalhador
– Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral.
– Participação dos trabalhadores na fixação das metas, que devem levar em consideração o tamanho, a localização e o perfil econômico das dependências, e não podem ser individuais.
– Fim da divulgação de rankings individuais sobre cumprimentos de metas.
– Suspensão do trabalho em espaços físicos em reforma.
– Manutenção do salário e demais direitos no período de afastamento por problemas de saúde.
– Permanência do plano de saúde na aposentadoria e com as mesmas regras.
Segurança bancária
– Assistência médica e psicológica às vítimas de assaltos, sequestros e extorsões.
– Emissão da CAT para quem esteve no local de assaltos e sequestros.
– Fechamento das agências após assaltos, consumados ou não.
– Porta de segurança, câmeras com monitoramento em tempo real e vidros blindados em todas as agências e postos.
– Biombos entre a fila de espera e a bateria de caixas, e divisórias individualizadas entre os caixas internos e os eletrônicos para combater “saidinha de banco”.
– Proibição ao transporte de valores e à guarda das chaves das unidades pelos bancários.
– Adicional de 30% de risco de morte para agências, postos e tesouraria.