Volta às aulas e o descaso do governo do Estado

À volta às aulas em 2012 ainda não aconteceu para 2.696 estudantes de cinco escolas de Joinville, pois elas estão interditadas pela vigilância sanitária: Francisco Eberhardt, no bairro Dona Francisca; Maria Amin Ghanem, no Aventureiro; Monsenhor Sebastião Scarzello no bairro Itaum e Plácido Olímpio de Oliveira, no Bom Retiro. Além dessas, a escola Giovani Pasqualini Faraco, no Santo Antônio, terá a volta às aulas adiada, iniciando após o carnaval. A demora para a entrega dessas escolas decorre de um antigo impasse entre a Secretária de Desenvolvimento de Joinville e a Vigilância Sanitária, que interditou estas escolas no final de 2011, por vários problemas estruturais que impediam a utilização delas pelos alunos.

Os problemas que os estudantes sofreram até a interdição variam, mas são graves: infiltrações no piso e nas paredes, falta de instalações elétricas e esgotamento sanitário adequados, goteiras, dentre outras. Estes problemas são antigos e a vigilância sanitária segue implacável na fiscalização e interdição das escolas estaduais, sendo estas, apenas um acréscimo em uma lista de interdições de longa data, refletindo assim, a má conservação das escolas estaduais e o descaso do governo estadual para reverter esta situação.

No final de 2009, os estudantes das escolas, Oswaldo Aranha, no Glória; Senador Rodrigo Lobo, no bairro Jardim Sofia; Paulo Medeiros, no Adhemar Garcia e Tufi Dippe, no bairro Comasa tiveram problemas com interdições parciais, ou inteiras de suas escolas. Nas três últimas, os estudantes tiveram que estudar em meio a reformas durante o ano de 2010. Durante o ano de 2011 as interdições continuaram, pelo Conselheiro Mafra, no Centro, em meio ao centenário da escola, na Escola Alícia Bittencourt, no Profipo; além das cinco outras escolas mencionadas ao início deste texto.

Estamos na maior cidade do estado, que fornece 1% de todo o PIB nacional, lar do secretário da educação, o ex-prefeito Marco Tebaldi, cuja administração municipal deixou a desejar. É inadmissível uma cidade do porte de Joinville não ter uma educação pública, gratuita para todos. A educação é um direito constitucional que não está sendo assegurado pelo governo do Estado, que vai privando cada vez mais os estudantes desse direito, através da falta de material escolar, do não pagamento do salário dos professores, da privatização de setores da escola, tais como a cozinha, conforme medida realizada em 2010 e claro, da falta de manutenção das instalações.

A Ujes critica a falta de atuação do Governo do Estado e da Gerência Regional de Educação em solucionar o problema dessas escolas. É preciso reverter essa situação. Para isso pedimos para que os alunos dessas escolas interditadas e de tantas outras que sofrem pela falta de recursos, se mobilizarem e reivindicarem, e entrarem em contato com a Ujes, para asseguramos o que é de fato nosso, uma educação pública, gratuita para todos.

Nicolas Marcos – Presidente da União Joinvilense dos Estudantes Secundaristas
Fonte: http://ujesjlle.blogspot.com

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