Dia 22, venha defender seus direitos
Os servidores municipais de Joinville, Garuva e Itapoá estão convidados a cruzar os braços nesta quinta-feira (22/9) para protestar contra os cortes de direitos anunciados pelo governo federal.
As atividades começam com um ato às 9 horas, na Praça da Bandeira, seguido de panfletagem à comunidade no Terminal Central. Às 14 horas, o Sinsej promove atividade sobre a Reforma da Previdência, no auditório da entidade, com o advogado previdenciário Luiz Gustavo Rupp. Todas as atividades são abertas ao público em geral.
A paralisação atende ao chamado da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e também está sendo realizada por outras entidades da região, como o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte). Para o Sinsej, esta é a atitude correta para os sindicatos de luta tomarem.
Contra os ataques
Entre algumas das questões que o presidente Michel Temer já afirmou que quer acelerar estão:
Reforma da Previdência, com a fixação de idade mínima de aposentadoria para homens e mulheres em 65 anos, fim da aposentadoria especial de professores e rebaixamento do piso salarial para abaixo de um salário-mínimo;
Implementação da lógica do negociado sobre o legislado, permitindo que a pressão dos patrões e sindicatos pelegos derrubem direitos previstos em lei federal, como teto de jornada, hora-extra, 13º salário, férias etc.;
Imposição de teto para gastos públicos para garantir o pagamento da dívida pública – já pagas muitas vezes. Isso causará cortes brutais no já precário atendimento de saúde, educação, moradia, infraestrutura, entre outras áreas do serviço público do país. Também impactará na carreira e na contratação de servidores;
Privatizações e terceirizações do patrimônio e dos serviços públicos, para escoar ainda mais dinheiro do povo para o bolso de grandes empresários;
Renegociação da dívida dos estados com a União, com a imposição da limitação de gastos que irá sacrificar os servidores e os serviços públicos.
Muitas dessas medidas não são novas, já vinham sendo planejadas pelo governo Dilma, mas agora são amplificadas por Temer. Dilma deixou para o atual presidente um ótimo instrumento de repressão, a Lei Antiterrorismo – que não combate realmente o terrorismo, mas as manifestações democráticas de quem ousa se opor. O Sinsej sempre se manifestou contra as medidas de Dilma que prejudicavam a classe trabalhadora e agora chama toda a categoria a também se opor às propostas nefastas de Temer. Todas essas questões impactam diretamente na vida e na carreira dos servidores públicos, assim como os mais de 50 projetos que tramitam no Congresso Nacional propondo a retirada de direito dos trabalhadores.
No ato do dia 22, o Sinsej discutirá com a categoria ainda o envio de uma moção à CUT, para dizer que não é possível nenhuma negociação de contrarreformas com esse governo, com o presidente da Câmara dos Deputados ou do Senado.
O servidor como vilão
O mito de que o vilão do Estado brasileiro é o servidor público cresce. Este discurso está presente por todos os lados, seja nas medidas de Temer que destroçam o serviço público; no discurso de Udo Döhler, que já declarou estar “limpando a máquina pública” e que encontrou um cenário assustador generalizado de corrupção e desvios de conduta entre o quadro de servidores; na declaração feita por Lula na semana passada em que afirmava: “Eu de vez em quando falo que as pessoas achincalham muito a política, mas a posição mais honesta é a do político, sabe por quê? Porque todo ano, por mais ladrão que ele seja, ele tem que ir pra rua encarar o povo e pedir voto. O concursado não. Se forma na universidade, faz um concurso e tá com um emprego garantido para o resto da vida”.
O Sinsej repudia essas declarações e denuncia que elas fazem parte de uma campanha orquestrada para justificar ainda mais cortes de gastos e mais exploração dos servidores. É também isso que leva nossa categoria às ruas neste dia 22. Não podemos aceitar calados.
Crise financeira
O pano de fundo de todo esse cenário é a crise financeira internacional, que assola o Brasil. É preciso garantir o dinheiro de quem sempre ganhou muito no país: bancos e grandes empresários. Para isso, Temer quer rebaixar o custo da força de trabalho, diminuir serviços públicos, tirar ainda mais da Previdência. Sabendo-se um governo débil, que enfrenta muitas pressões, ele tenta acelerar suas ações. É hora de colocar-se em marcha contra esses absurdos, em defesa do Fora Temer e de todo o Congresso Nacional.
Enfrentar a intimidação
O Sinsej já protocolou ofício solicitando audiência com o prefeito Udo Döhler para negociar o dia de paralisação. No entanto, lembra à categoria que o prefeito pertence ao PMDB, partido de Michel Temer. O mesmo ocorre em Itapoá. Mais do que nunca será necessário enfrentar as tentativas de represália contra quem luta para garantir os direitos dos servidores municipais e de toda a classe trabalhadora brasileira. O Sinsej acredita que a categoria já adquiriu essa consciência e maturidade para a luta.
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