Paralisação dos servidores de Joinville por condições de trabalho na quinta

Decisão foi tomada por unanimidade | Foto: Francine Hellmann
Decisão foi tomada por unanimidade | Foto: Francine Hellmann

Os servidores de Joinville farão um dia de paralisação na próxima quinta-feira (28/9), com concentração às 9 horas, em frente à Prefeitura. Esta foi a decisão unânime da assembleia realizada na noite de hoje, no sindicato. A categoria está em estado de greve desde 5 de setembro e busca o atendimento de onze reivindicações relativas a condições de trabalho e direitos estatutários desrespeitados pelo governo.

Desde a apresentação do protocolo da pauta, o prefeito Udo Döhler recebeu os diretores do Sinsej apenas uma vez. Na oportunidade, em 19 de setembro, ele não quis discutir o assunto e prometeu agendar uma nova audiência para a próxima semana.

Servidores denunciaram falta de condições de trabalho | Foto: Francine Hellmann
Servidores denunciaram falta de condições de trabalho | Foto: Francine Hellmann

Na assembleia de hoje, servidores de diversos setores voltaram a denunciar a falta de profissionais, de equipamentos de proteção individual e de materiais. Além disso, para os trabalhadores, é preciso que o governo resolva com urgência outras questões como: descontos ilegais que vêm sendo aplicados pela Prefeitura nos salários por erros nos registros do ponto, punições por meio de transferências, congelamento da concessão de licença-prêmio e impedimento de venda de um terço de férias.

“Meu sapatão, que uso para entrar em cova, está entrando água”, desabafou o coveiro Eloy da Silva. “Trabalho há 20 anos na Prefeitura e antes eu pelo menos recebia bota, sapatão, máscara, mas nessa gestão não vi mais”. Recentemente, o governo anunciou que cortará pela metade o valor do adicional de insalubridade dos coveiros.

A servidora Lauane Vieira, lotada na Unidade Básica de Saúde da Família Jardim Sofia, chamou a categoria à união: “Temos que entender que somos todos servidores”, disse. “Greve dá medo? Com certeza, mas as perdas no futuro serão muito maiores”. Os profissionais da Saúde da Família lutam pelo recebimento da verba do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (Pmaq). Este ano, a Prefeitura está tentando impor mudanças nas regras de distribuição dos recursos, prejudicando os trabalhadores que cumpriram metas ao longo do ano passado.

Trabalhadores estão chamados a ajudar a mobilizar | Foto: Francine Hellmann
Trabalhadores estão chamados a ajudar a mobilizar | Foto: Francine Hellmann

No Centro de Atenção Psicossocial III Dê-Lírios (Caps III), os servidores já estão em greve desde sexta-feira porque a Prefeitura tentava aplicar um aumento de carga horária sem reajuste de salário e sem nenhuma justificativa. Neste setor, mesmo o prefeito tendo confirmado que concorda com os trabalhadores, a categoria vê-se obrigada a continuar paralisada porque as secretarias de Gestão de Pessoas e de Saúde ainda não aceitaram formalizar o acordo.

O presidente do Sinsej, Ulrich Beathalter, chamou os presentes a ajudarem na mobilização para a próxima quinta-feira. “Se queremos mostrar ao prefeito e à comunidade que estamos insatisfeitos, precisamos construir a maior paralisação da história desta categoria”. Ele ressaltou que os trabalhadores não pedem privilégios e que, destruindo a vida dos servidores, o governo está acabando com o pouco que a comunidade da cidade tem. “Tenho certeza que a população vai entender, se tivermos força para dizer isso juntos”, concluiu.

Pauta de Reivindicações apresentada ao governo

  1. Manutenção da jornada atual de trabalho, sem prejuízo da remuneração, para todos os servidores, em particular aos lotados no Caps III (ameaçados de jornada de 44 horas semanais), com a supressão do § 2º do Art. 1º da Lei 435/2015.
  2. Garantia de manutenção do recesso de final de ano em todas as unidades que tradicionalmente gozam deste período, inclusive no Ambulatório e CCA do Hospital São José.
  3. Pagamento de abono aos servidores que trabalharem durante o recesso.
  4. Fornecimento imediato de uniformes, EPIs, materiais e equipamentos em quantidade e qualidade suficiente para todos os setores, iniciando pelas unidades operacionais das Subprefeituras, D.O., Horto Florestal, Cozinheiras e demais unidades da Seinfra.
  5. Revisão da regulamentação da hora-termo, com garantia da remuneração dessa hora complementar pelo valor da hora-aula atual do professor.
  6. Pagamento imediato do rateio do Pmaq a todas as equipes contratualizadas, seguindo os critérios estabelecidos no exercício anterior.
  7. Suspensão imediata dos descontos arbitrários e ilegais promovidos nas folhas de pagamento dos servidores, decorrentes da aplicação da normativa 001/2017, com a devolução imediata dos valores descontados, anulação das faltas injustificadas e revogação da respectiva normativa.
  8. Manutenção do pagamento integral do adicional de insalubridade dos coveiros.
  9. Reposição imediata dos profissionais faltantes nas unidades.
  10. Revogação da portaria que suspendeu a licença-prêmio, a transformação de 1/3 de férias em pecúnia e o abono natalino, com a apresentação de calendário de retomada desses benefícios.
  11. Fim do assédio moral e perseguição política em toda a rede, com a regulamentação da lotação e transferência dos servidores.

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