Um ano do desaparecimento e morte de Santiago Maldonado
Em 1º de agosto completou um ano do desaparecimento e morte do jovem argentino Santiago Maldonado. Santiago foi detido pela Gendarmería (organização militar nacional que cumpre funções de polícia em cidades menores) durante uma manifestação realizada por mapuches na região de Cushamen, na província de Chubut, uma região patagônica da Argentina. Ele foi detido por reivindicar a permanência desse povo indígena em suas terras.
O jovem foi usado como “bode expiatório” da mesma forma que um dos principais líderes da região, Fecundo Jones Huala. Ambos foram acusados de terrorismo, quando, na verdade, estavam defendendo o direito dos mapuches reocuparem uma região que historicamente pertencia aos indígenas. Porém, o governo de Macri, seguindo a agenda internacional de repressão a qualquer manifestação, intensificou os ataques, em especial naquela região – rica em petróleo e gases naturais.
O corpo de Santiago foi encontrado no dia 17 de outubro de 2017, no rio Chubut. O governo argentino, na figura da Ministra de Segurança, Patrícia Bullrich, não fez nada além de acobertar a polícia e colocar a culpa da morte do jovem na comunidade mapuche. Desde o governo Macri, a Argentina enfrenta uma forte onda de repressão policial. São diversos presos sem qualquer justificativa, mortes, como de Santiago e do jovem mapuche Rafael Nahuel – assassinado em novembro de 2017 –, e ataques aos direitos dos trabalhadores. Ainda assim, a população tem permanecido em luta.
Santiago é um símbolo de solidariedade e consciência de classe perante a perda de territórios, a concentração de terra em poucas mãos e a usurpação atroz das terras comunitárias pelos capitalistas. Uma investigação real, que chegue aos culpados, deve ser conduzida para fazer justiça ao jovem. Mas isso não acontecerá sem o levante da população.
Diante das mortes, desaparecimentos e ataques aos direitos da maioria da população para favorecer a burguesia capitalista, a resposta deve ser de avançar na unidade dos movimentos sociais, partidos, sindicatos, estudantes e organizações de bairro e populares. Essa mobilização precisa ter palavras de ordem de luta e clareza de que a solução definitiva para estas calamidades é o Socialismo, com o poder nas mãos do povo trabalhador.
Da mesma forma, o Sinsej é solidário à luta de todos os povos oprimidos espalhados pelo mundo. Só a unidade dos trabalhadores será capaz de colocar fim à crueldade e barbárie de um sistema que mata jovens que lutam por liberdade. Pelo fim de toda forma de opressão!
Justiça e condenação aos responsáveis pelas mortes de Santiago Maldonado e Rafael Nahuel.
Pelas liberdades democráticas, não à judicialização de protestos. Encerramento de processos judiciais e liberação de todos os lutadores populares acusados ou presos.
Liberdade a Milagro Sala, Pablo Giusto e Diego Parodi. Encerramento do processo contra Sebastián Romero, Dimas Ponce e César Arakaki.
Fora Patricia Bullrich.
Não ao acordo do governo argentino com o FMI. Não aos ajustes e demissões.
Não à intervenção das forças armadas na segurança interna da Argentina.
Não à Lei de Calamidade Laboral na Argentina.
Pela unidade e mobilização popular.