Caravana migrante: abaixo as fronteiras impostas pelo capitalismo

Os migrantes ainda estão a 1,5 mil quilômetros dos EUA | Fotos: Rodrigo ABD, AP
Os migrantes ainda estão a 1,5 mil quilômetros dos EUA | Fotos: Rodrigo ABD, AP

Milhares de pessoas tomam as ruas na caravana de migrantes que chegou ao México dia 19 de outubro e segue rumo aos EUA. Ao contrário do que diz a imprensa burguesa, que “mesmo cansados, continuam a caravana sorrindo”, os migrantes foram recebidos na fronteira sul do México com gás lacrimogêneo, centenas de policiais e aviões militares que produziam um ruído ensurdecedor. Essa é a política de imigração implementada pelo governo norte-americano.

O que começou com 150 pessoas saindo de Honduras, hoje toma uma proporção gigantesca. Milhares são os homens e mulheres que foram expulsos de suas terras pela violência, fome, miséria e falta de oportunidades, na busca por emprego, saúde, educação e “uma vida melhor”.

Caravanas de migrantes desse tamanho são fenômenos recentes, sendo que a primeira que foi organizada saindo de Honduras e chegou em abril  na fronteira, foi organizada por um grupo  autodenominado “Pueblo  Sim Fronteiras”.

No seu Twitter, Trump afirmou que o Exército estará esperando por todos que estão na caravana: “Eu estou trazendo os militares para (lidar com) essa emergência nacional”; “Eles serão parados!”. Nada surpreendente vindo de um presidente que separa as crianças de seus pais e as deixa presas na fronteira, essa é a política de Trump e do imperialismo.

HONDURAS EM CHAMAS

Após as fraudes das urnas nas eleições de novembro de 2017, manifestações se espalharam pelo país exigindo o reconhecimento da vitória de Salvador Nasralla. Mas o que aconteceu foi que Juan Orlando Hernández (JOH) foi empossado, dando continuidade a um governo fraco, desprestigiado e que aprofundou ainda mais os ataques aos trabalhadores hondurenhos. Como foi analisado no artigo Honduras em rebelião: ditadura ameaçada pelas massas, “As péssimas condições de vida ao qual o povo hondurenho está submetido, no entanto, não serão melhoradas. Pelo contrário, tendem a piorar com a continuidade de um governo sanguinário, totalmente submisso ao capital internacional e imerso na crise do capitalismo. Embora JOH tenha se imposto de forma fraudulenta, a lembrança dos mortos e os ensinamentos da revolta não serão facilmente apagados”. Mesmo com incertezas no futuro, ao tentar sair da miséria que se encontra seu país, o povo hondurenho alimenta a caravana que conta com migrantes de outros países, mas que os acompanham com a palavra de ordem “FORA JOH!”.

MÉXICO SOB PRESSÃO

Com uma tentativa de frear o movimento, o governo de Peña Nieto ofereceu vistos temporários de trabalho para migrantes da caravana. A oferta também inclui carteiras de identidade temporárias, auxílio médico, habitação temporária e acesso ao sistema educacional para as crianças, mas, para isso, eles precisam permanecer nos estados de Chipas e Oaxaca. O presidente também não deixou claro o que acontecerá com os migrantes que resolverem continuar na caravana. Essas medidas tomadas para tentar conter o movimento se dão porque há uma pressão de Trump para que o México resolva a crise migratória. Os mexicanos sabem muito bem o que é migrar em busca de melhores condições. Hoje, no país, 900 mil pessoas enfrentam a violência pelo narcotráfico e há mais de 20 milhões de mexicanos que vivem ilegalmente nos EUA. Eles entendem perfeitamente bem o que é a violência, pois o México tem 30 mil desaparecidos e teve mais de 300 mil mortos nos últimos 12 anos. O que está sendo posto na mesa é a podridão do capitalismo na América Central e no México.

Uma caravana dessa dimensão é um fenômeno recente, agravado pela situação econômica | Fotos: Rodrigo ABD, AP
Uma caravana dessa dimensão é um fenômeno recente, agravado pela situação econômica | Fotos: Rodrigo ABD, AP

TODO APOIO À CARAVANA MIGRANTE

Mas os migrantes resistem. Continuam sua caravana que ainda está a 1,5 mil km da fronteira do México com os EUA. De acordo com o site BBC, um migrante deu o seguinte relato: “Não podemos voltar para Honduras. Então, como segunda opção, estamos melhor aqui”, diz Greville Juan Villanova. Segundo a publicação, “O grupo afirma que está tentando chamar atenção aos suplícios sofridos pelos migrantes em casa e aos perigos que eles correm em sua tentativa de chegar aos EUA em segurança”. Somos solidários aos migrantes que estão caminhando por diversos dias na busca de uma alternativa. Porém, a única saída para o povo da América Central e do mundo é a derrubada desse sistema que está podre e não tem mais nada a nos oferecer. Somente a construção do socialismo é capaz de garantir que todos os jovens e trabalhadores vivam em sua plenitude, pondo um fim à barbárie capitalista.

Toda solidariedade à caravana migrante!

Abaixo a todas as fronteiras impostas pelo imperialismo!

O mundo é nosso país!

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