Reforma administrativa do prefeito Adriano Silva contraria desculpa da falta de dinheiro

No mês de maio o prefeito Adriano Silva (NOVO) enviou para a Câmara de Vereadores de Joinville a proposta de reforma administrativa feita pelo seu governo. Após muito lamentar a falta de dinheiro para realização de concurso e para realizar outras melhorias no serviço público, o gestor está propondo à Câmara de Vereadores de Joinville (CVJ) uma reforma que cria 69 cargos, muitos deles de confiança.

Durante toda a campanha eleitoral, Adriano e seu partido, o Novo, falaram aos quatro cantos sobre a necessidade de diminuir cargos, principalmente aqueles comissionados ou cargos de confiança.

No projeto, a prefeitura quer criar 69 cargos, sendo 45 cargos de confiança e 24 cargos de função gratificada. Os cargos de confiança podem ser destinados a qualquer pessoa que o prefeito escolher. Já os cargos de função gratificada são exclusivos para servidores, mas também escolhidos pela prefeitura. O custo desses cargos está estimado em R$ 495 mil reais por mês.

Diante disso, naturalmente surge o questionamento: como não tem dinheiro para concurso público, mas tem para cargos de confiança? O partido que tanto fala em meritocracia, enxugar o estado, só contratar com processo seletivo, vai colocar quase meio milhão de reais em cargos comissionados? Sim, vai. O Novo de Adriano Silva aposta em uma prática consagrada na chamada velha política.

Quando Adriano assumiu a prefeitura ele extinguiu diversos cargos, como prometeu em campanha. Mas o tempo parece ter lhe mostrado que que a demanda exige trabalhadores e que a reivindicação do Sinsej por concurso público fazia sentido. Pois bem, se agora a gestão percebeu que precisa de gente no setor público, porque não investir no concurso? Servidores com plano de carreira, estabilizados, com condições de fazer um bom trabalho a curto, médio e longo prazo. Porém, Adriano prefere apostar em cargos de confiança, onde os escolhidos terão que estar alinhados ao governo e acatar qualquer tipo de desmando vindo de seus superiores. Mesmo os 24 cargos de função gratificada, destinado a servidores, são uma forma de amordaçar os funcionários concursados.

Todas as áreas do funcionalismo público estão sobrecarregadas, dificultando a prestação de um serviço de qualidade para a população. Nas escolas faltam professores, nos postos de saúde os funcionários estão sobrecarregados, na assistência social há desvio de função, isso sem falar nas alas fechadas no Hospital São José por falta de mão de obra. O prefeito insiste em tentar terceirizar o serviço público, mesmo sabendo que essa não é a solução. A população, enganada pelo seu gestor, sofre as consequências. Se há dinheiro para gratificações e comissionados, há para o concurso. Só o concurso e a valorização dos servidores podem resolver os problemas no setor público.

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