8 de março e a luta das trabalhadoras

Hoje, 8 de março, é o Dia Internacional da Mulher. Há confusões e distorções sobre a verdadeira origem dessa data, mas não há dúvidas de que ela está intrinsecamente ligada à luta das mulheres trabalhadoras. Em nossa categoria, elas são mais de 80%. Em Joinville, Garuva e Itapoá são elas, em maioria, que mantêm o atendimento à população, na educação, saúde, infraestrutura, administração, finanças, secretaria, entre várias outras atividades. Elas enfrentam, unidas, o desmonte dos serviços públicos e a retirada de direitos conquistados com muito esforço. Tudo isso sob o peso de uma desigualdade ainda latente em nossa sociedade.

Nesta data, o Sinsej parabeniza a força dessas guerreiras, relembra a história e ressalta a necessidade de organização da pauta de reivindicações das mulheres trabalhadoras. É preciso lutar por salário igual para trabalho igual; vagas para todas as crianças em centros de educação infantil, o que permite o envolvimento social, o trabalho e a formação das mulheres; fim da necessidade de prostituição; fim de todas as formas de violência contra a mulher; direito ao aborto e ao parto humanizado; ampliação das licenças maternidade e paternidade e a defesa da Previdência pública e solidária*.

A origem da exploração

A opressão das mulheres nasceu com a propriedade privada, que se tornou pilar central do capitalismo. As mulheres já ocuparam papel principal em outras épocas da história da humanidade. Foi a necessidade de assegurar a paternidade – para direcionar a herança – o principal motivo da prisão física e moral a qual elas passaram a ser submetidas. Essa organização econômica da sociedade moldou a moral e durante muito tempo a mulher foi vista como algo menos importante.

Sobretudo, desde o início do século 20, tem havido grandes lutas ao redor do mundo para derrubar o sistema capitalista, que explora os trabalhadores e as trabalhadoras. A ideia de propriedade foi colocada em xeque e as mulheres, duplamente oprimidas, saíram às ruas. Nesse processo, elas conquistaram diversos direitos, mas ainda persiste em nossa organização social uma lógica machista. Ela precisa ser combatida todos os dias e está intrinsecamente ligada à necessidade de superação do atual sistema. O Sinsej coloca-se ao lado de cada trabalhador e trabalhadora pela construção de uma nova sociedade.

*A aprovação da MP 664, convertida na Lei Nº 13.135, de 17 de junho de 2015, que restringe o direito à pensão por morte em função da idade do cônjuge, teve como um de seus argumentos, a infame afirmação de que mulheres jovens se casavam com homens mais velhos com o objetivo de viver de suas pensões. O próximo ataque à Previdência anunciado pelo governo abriu a discussão, entre outras coisas, sobre a equiparação das idades de aposentadoria entre homens e mulheres, bem como o estabelecimento de uma idade mínima para a aposentadoria, o que atinge frontalmente as mulheres trabalhadoras. As reformas da previdência, objeto de desejo de todo governo, afetam diretamente os que começam a trabalhar mais cedo e, muitas vezes, na informalidade. Mulheres e homens serão novamente penalizados se essa nova reforma ocorrer e a organização de toda a classe trabalhadora contra esse ataque será fundamental no próximo período.

Fonte: Esquerda Marxista

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