Servidores do CAPS III estão em greve

Os servidores do Centro de Atenção Psicossocial III Dê-Lírios (Caps III) entraram em greve na manhã desta sexta-feira (15/9). A decisão foi tomada porque a Prefeitura tenta aplicar um aumento de carga horária sem reajuste de salário e sem nenhuma justificativa. O Sinsej acredita que esta é uma experiência que, se exitosa, o governo tentará aplicar em mais setores da administração, para mascarar a grave falta de pessoal em diversos locais.

Atualmente, a carga horária semanal no CAPS III varia entre 30 e 42 horas, de acordo com a função desempenhada. Há trabalhadores que, pela natureza de sua função, têm carga horária de 30 horas semanais determinada por lei federal. O governo de Joinville, no entanto, deseja aumentar a jornada de todos para 44 horas. Quem não aceitar será punido com a perda da gratificação recebida pelos trabalhadores do local.

O Caps III atua 24 horas por dia, oferecendo atenção a pacientes com transtornos mentais, que vão de depressão severa à bipolaridade e esquizofrenia. Este trabalho é realizado por uma equipe multidisciplinar, composta por agente de saúde pública, auxiliar administrativo, assistente social, enfermeiro, técnico em enfermagem, psicólogo, terapeuta ocupacional, farmacêutico e psiquiatra. O atendimento humanizado procura evitar a internação na ala psiquiátrica do Hospital Regional. Os servidores são expostos a transtornos psicológicos severos.

Negativas do governo

O prefeito Udo Döhler recebeu os diretores do Sinsej hoje, mas não quis negociar a questão. Ele agendou nova reunião para a próxima terça-feira. Em 13 de setembro, as secretárias de Gestão de Pessoas e de Saúde já haviam se reunido com o sindicato, mas negaram o atendimento de todas as questões.

Os servidores municipais estão em estado de greve desde 5 de setembro, por falta de condições de trabalho. Uma pauta de reivindicações foi apresentada ao governo. No dia 21 de setembro, haverá assembleia geral dos servidores, às 19 horas, no Sinsej.

Reivindicações gerais da categoria

Os servidores clamam ao governo que forneça equipamentos de proteção individual e uniformes em setores como obras e cozinhas da Prefeitura. Também pedem a reposição imediata dos profissionais faltantes nas unidades; suspensão e restituição dos descontos arbitrários e ilegais promovidos nas folhas de pagamento dos servidores, decorrentes da aplicação da normativa 001/2017; manutenção do pagamento integral do adicional de insalubridade dos coveiros; revogação da portaria que suspendeu os direitos estatutários de licença-prêmio, venda de um terço de férias e abono natalino; fim do assédio moral e da perseguição política em toda a rede, com a regulamentação da lotação e transferência dos servidores; garantia do recesso de fim de ano – inclusive no Ambulatório e CCA do Hospital São José, onde a Prefeitura anunciou o corte deste direito para este ano; pagamento do abono para quem trabalhar no recesso devido à natureza de sua função; pagamento imediato do rateio do Pmaq a todas as equipes contratualizadas, seguindo os critérios estabelecidos no exercício anterior; entre outras questões. Leia a pauta completa.

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