Prefeito tortura população agendando reunião sobre a greve apenas para sexta-feira
A Prefeitura anunciou na tarde de hoje (12/12) que atenderá o sindicato a respeito da greve iniciada ontem somente na sexta-feira (15/12). Esta atitude mostra o descaso de Udo Döhler (PMDB) com a situação e penaliza cruelmente a população, sobretudo a mais pobre, que precisa dos serviços públicos.
Há um mês o prefeito evita resolver o assunto. A Prefeitura foi oficialmente comunicada do estado de greve da categoria em 13 de novembro. No dia 22 daquele mês, houve uma audiência com o governo em que Udo não quis responder nada sobre o tema. Na oportunidade, ele prometeu uma nova reunião antes da assembleia dos trabalhadores, que estava agendada para 5 de dezembro. No entanto, nenhuma resposta chegou e a assembleia decidiu iniciar a greve em 11 de dezembro. Esta deliberação, por sua vez, foi informada oficialmente à Prefeitura no dia 6, junto a um novo pedido de abertura das negociações. Hoje, no segundo dia de greve, os servidores foram ao gabinete do prefeito tentar dialogar, mas também não tiveram sucesso. Agora, o prefeito informa que pode conversar no fim da semana. O que há de mais importante que isso na cidade neste momento?
Os servidores municipais pedem condições de trabalho e de atendimento. Eles estão trabalhando sob extrema pressão. O PA Sul encontra-se praticamente fechado, não há número de profissionais suficiente, faltam materiais básicos (como seringas, gaze, antisséptico, álcool e desinfetante), faltam remédios, entre muitas outras coisas. Não raramente os funcionários sofrem agressões verbais e até mesmo físicas, como foi o caso do médico do PA Norte ontem. Isso porque são eles que estão na ponta de um serviço público que está sendo destruído pelo governo para favorecer a iniciativa privada.
Não bastasse, o prefeito corta o abono que era pago para quem mantém PAs, Vigilância Epidemiológica, Detrans, museus, entre outros setores, em funcionamento durante o fim do ano.
Convocações para substituir grevistas
Servidores da atenção básica e de outros setores estão sendo arbitrariamente transferidos de seus postos de trabalho para suprir os grevistas nos PAs. No Posto de Saúde do Estevão de Matos, a farmácia está fechada porque os funcionários foram obrigados a se deslocar. Também há relatos de que está sendo oferecida hora-extra para quem quiser substituir um trabalhador paralisado – o que demonstra que dinheiro tem para atender às reivindicações. Estas são condutas que ferem o direito de greve. O Sinsej dirige-se a cada servidor, orientando que quem receber tais convocações deve imediatamente aderir à greve.