Carta aberta ao prefeito, ao legislativo e à comunidade
Em carta aberta publicada pelo prefeito na última quarta-feira (26) ficou clara a intenção do governo em, mais uma vez, tentar marginalizar as servidoras e os servidores diante a sociedade joinvilense. O que o prefeito oculta em sua curta e equivocada declaração é que o que a categoria reivindica é a valorização e o respeito dignos daqueles que diariamente atendem à população com zelo, carinho e atenção, ainda que em recorrentes situações extremamente desfavoráveis.
Udo diz que está aberto a negociações a partir de 16 de março e que há 45 dias até a data base, 1º de maio, mas omite que em ano eleitoral a campanha salarial deve ter desfecho até seis de abril. O Sinsej lembra que em 2016, também ano de eleição, o mesmo prefeito patrão, pensando em reeleição, atendeu o Sindicato no mês de janeiro.
Há que se considerar ainda que o prefeito falta com a verdade ao afirmar que o movimento grevista, legítimo e necessário, “vem tentando atrapalhar o dia-a-dia da boa gestão pública”. Uma gestão para ser considerada boa não submete servidoras e servidores ao acúmulo e desvio de função, a constantes situações de assédio moral, a falta de condições de trabalho e de valorização. É preciso esclarecer também que, apesar de ter sido eleito usando o mote da valorização do servidor, a postura autoritária e desrespeitosa com que vem tratando a categoria reflete a falta de comprometimento com o serviço público, com a cidade e com as pessoas.
Esta postura se mostrou muito clara na tentativa de manipular os números do Ipreville para justificar o envio à Câmara de Vereadores de Projeto de Lei Complementar (PLC 03/2020) que prevê o aumento da alíquota paga pela categoria ao Instituto dos atuais 11% para 14%. Mas a saúde financeira do Ipreville, aclamada com muita ênfase pela gestão até meados de 2019 e confirmada em Audiência Pública na manhã de 27 de fevereiro na Câmara de Vereadores, desqualifica a necessidade do aumento que, se aprovado pelos vereadores, irá onerar em 36% ao ano o salário da categoria.
Manteremos o movimento de greve até que sejamos atendidos com a abertura imediata da mesa de negociação, com a reprovação do projeto de lei que pretende aumentar a alíquota que pagamos ao Ipreville e com a realização de concurso público.
Nossa luta é por direito, valor e respeito.