Assembleia da categoria define próximos passos sobre Reforma Administrativa e Campanha Salarial
Em assembleia realizada na noite de terça-feira (23/07), servidores debateram a Reforma Administrativa, a Campanha Salarial e a tirada de delegados para a 17ª Plenária Estatutária da Central Única dos Trabalhadores (CUT). A presidente Mara Tavares abriu a discussão saudando os servidores e chamando à mobilização, citando a revolucionária Rosa Luxemburgo: “Quem não se movimenta não sente as correntes que o prendem”. Mara enfatizou a necessidade de romper coletivamente estas “correntes” para os desafios do próximo período, e o papel fundamental do sindicato é mobilizar e organizar a luta junto aos servidores.
Em sua fala, a presidente denunciou a prática de vereadores que realizam cortes e manipulam vídeos para ganhar engajamento em redes sociais, afirmando que o compromisso desses políticos é com o próprio mandato e com o governo que aí está, não com a população. Reafirmou que o gasto dos R$ 100 milhões previstos na Reforma Administrativa deve, efetivamente, ser transformado em valorização para o servidor. Mara Tavares apresentou a pauta da assembleia, que foi aprovada por unanimidade: análise de conjuntura, moção de apoio ao Sintraej, encaminhamentos sobre o indicativo de paralisação marcado para 1º de julho e eleição de delegados para a plenária da CUT.
Análise de conjuntura
O diretor do Sinsej, Maciel Frigotto, conduziu a análise de conjuntura, exaltando a luta da classe trabalhadora pelo mundo e alertando que Joinville “não é uma bolha”, já que é afetada por toda política e acontecimentos que a rodeiam. Defendeu a discussão política nos locais de trabalho, afirmando que o sindicato é um dos poucos espaços para esse debate fora dos meios tradicionais de comunicação. Maciel expandiu a análise para o conflito na Palestina, caracterizando a guerra em Gaza e outros conflitos como motivados por fatores comerciais e disputas por zonas de influência. “Quem sofre com estes conflitos são os trabalhadores”, finalizou.
Solidariedade de classe
Francine Hellmann, diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Serviços de Água e Esgotos Sanitários de Joinville (Sintraej), falou sobre as lutas da entidade e as dificuldades encontradas. Denunciou que a direção da companhia retirou a única liberação sindical do Sintraej como represália à atuação do sindicato em defesa dos trabalhadores. A assembleia aprovou por unanimidade uma moção de apoio ao Sintraej. Leia aqui.
Servidores que queiram contribuir com a moção, podem participar do abaixo assinado neste link: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSffy09pWC9jEBJbOYUtaZXjmX4mm_P9pBNPxDt93rr851z-aQ/viewform
Indicativo de paralisação x assembleia com devolutiva da gestão
Flavia Antunes, também diretora do Sinsej, falou sobre o indicativo de paralisação para 1º de julho e as três audiências públicas relacionadas à Reforma Administrativa. Enfatizou o trabalho de reorganização do Conselho de Representantes, abandonado pela antiga gestão, e explicou os trâmites da Reforma, criticando a limitação das audiências públicas, mas reconhecendo sua utilidade como ferramenta de diálogo político com os servidores. Lembrou que em uma assembleia anterior, realizada durante a primeira audiência, os servidores aprovaram o indicativo de paralisação para 1º de julho. Diante disso, apresentou duas propostas para apreciação dos presentes: manter a paralisação na data prevista ou realizar nova assembleia no dia 1º de julho e, a partir da devolutiva do governo Adriano Silva, decidir os próximos passos com a categoria.
Intervenções
Aberto o espaço para intervenções, o servidor Ivan destacou a importância da formação política dos trabalhadores. A professora Jéssica criticou a falta de trabalho de base da gestão anterior do sindicato e defendeu que a entidade retome a organização. Outro servidor parabenizou a atual direção pela luta e posição assumida diante dos desafios da Reforma Administrativa. Retomando a palavra, Maciel Frigotto ressaltou que o sindicato mobilizou cerca de 500 servidores por audiência pública, elevando o nível político da categoria, e afirmou que a Câmara de Vereadores de Joinville (CVJ) “não é lugar do povo”. Defendeu a necessidade de “continuar explicando os danos da reforma para o conjunto da categoria”, referindo-se ao conjunto de ataques da Reforma Administrativa contra os servidores, que pode ser lido aqui.
Encaminhamentos
Após os debates, as propostas foram colocadas em votação. Foi aprovada a realização de uma nova assembleia no dia 1º de julho, às 19h, na sede do Sinsej, para receber a devolutiva da reunião com a gestão municipal, que acontecerá no mesmo dia.
Eleição para a CUT:
Por fim, a assembleia elegeu os delegados para a 17ª Plenária Estatutária da CUT. As vagas foram distribuídas entre diversas forças políticas, com OCI obtendo a maior votação e elegendo 5 delegados.