UPAS pedem socorro
Nas visitas do SINSEJ aos locais de trabalho já se tornou comum encontrar situações de abandono da estrutura física e dos equipamentos, o que interfere diretamente na qualidade do atendimento à população. Nas Unidades de Pronto Atendimento – UPA NORTE e UPA SUL, visitadas nesta semana pelo sindicato, as denúncias vão desde a falta de materiais básicos até o sucateamento completo de equipamentos essenciais ao funcionamento da atenção básica.

Servidores relatam a ausência de itens indispensáveis como aparelhos de pressão (esfigmomanômetros), macas e camas hospitalares adequadas, especialmente para idosos e pessoas com mobilidade reduzida. Em um dos espaços mostrados pelos servidores durante a visita, o SINSEJ pode ver um recinto repleto de equipamentos empilhados à espera de conserto – aparelhos que deveriam estar em uso atendendo a população, permanecem inutilizados por falta de manutenção.

A empresa encarregada pelos reparos e manutenções já vinha alertando que não poderia abarcar toda a demanda e todos os tipos de consertos que a Prefeitura exigia, o que teria contribuído para o rompimento do contrato.
Os servidores denunciam que não há sequer uma cama apropriada para atender idosos, obrigando profissionais a improvisarem soluções para garantir o mínimo de acolhimento e cuidado. O resultado desse descaso administrativo é sentido diretamente pelos servidores e usuários: equipamentos quebrados por meses, serviços interrompidos e condições de trabalho cada vez mais precárias.

Esse cenário não evidencia simplesmente negligência com a estrutura, mas uma precarização proposital para preparar terreno para mais privatizações. O SINSEJ reafirma que a precarização da saúde em Joinville não é apenas fruto de decisões políticas que ignoram a realidade vivida por trabalhadores e usuários (o que também é verdade), mas se trata, sobretudo, de uma precarização planejada.
Sem investimentos contínuos na saúde, reposição de materiais, manutenção preventiva, abertura de concursos públicos para preencher todas as vagas necessárias, o sistema seguirá colapsando — e quem paga o preço é a comunidade que depende do SUS, e os servidores que tentam realizar seu trabalho com dignidade.

