Milhares protestam no México para exigir volta de estudantes desaparecidos
O episódio já ficou conhecido como ‘massacre dos estudantes de Ayotzinapa’ e gerou uma onda de indignação na sociedade e uma crise para o presidente Enrique Peña Nieto.
Ontem (5), milhares de pessoas protestaram na Cidade do México, capital mexicana, para exigir respostas sobre o desaparecimento de 43 estudantes, no dia 26 de setembro. Segundo os organizadores, 120 mil pessoas participaram da marcha e, segundo a polícia, 60 mil.
O episódio já ficou conhecido como ‘massacre dos estudantes de Ayotzinapa’ e gerou uma onda de indignação na sociedade e uma crise para o presidente Enrique Peña Nieto.
“Exigimos que o governo apresente os nossos filhos vivos”, afirmou Felipe de la Cruz, durante a manifestação em frente ao Palácio Nacional, sede do Executivo.
Com investigações em processo, além de traficantes do cartel mexicano, agentes policiais, funcionários do governo e o presidente da Câmara de Iguala tiveram prisão decretada pela polícia local. Entre eles, tidos como “autores intelectuais” do episódio, foram presos o ex-prefeito de Iguala José Luis Abarca e sua esposa, María de los Ángeles Pineda, na madrugada desta terça-feira (04), conforme informou a Polícia Federal do México.
O caso
Oitenta estudantes da escola rural para professores Raúl Isidro Burgos, da cidade de Iguala, viajavam em ônibus da empresa Costa Line. No dia 26 de setembro, estavam se organizando para coletar fundos para pagar a escola.
Quando já iam sair dali, alguns patrulheiros da polícia municipal quiseram parar a caravana, que não quis parar. Os policiais, então, segundo o testemunho anônimo de um jovem presente no local, começaram a disparar em direção aos ônibus.
A princípio, os policiais dispararam contra os ônibus, mas, depois de algumas horas, quando os estudantes davam uma coletiva de imprensa para denunciar o ataque contra eles, outros homens sem uniforme, que muitas testemunhas reconheceram como policiais municipais, dispararam outra vez e, mais tarde, encheram de balas outro ônibus no qual viajavam jogadores da equipe local de futebol Avispones.
O saldo foi de seis mortos, três dos quais estudantes, e vinte feridos. Cinquenta e sete estudantes despareceram, sendo que vinte deles, como afirmam testemunhas oculares, foram levados à força por policiais de Iguala e do Estado de Guerrero. Quase duas semanas depois, 43 estudantes ainda estão desaparecidos.
Fonte: Brasil de Fato.
Com informações da Agência Lusa e Opera Mundi.