Primeiro dia de greve marcado por mobilização

Atitudes da Prefeitura mobilizam ainda mais a categoria I Foto: Johannes Halter
Atitudes da Prefeitura mobilizam ainda mais a categoria I Foto: Johannes Halter

O primeiro dia de greve dos servidores foi de nova mobilização nos gramados da Prefeitura e de mais uma tentativa de negociação com o governo. Amanhã (21/5) começam os comandos de greve, que passarão nos locais de trabalho tirando dúvidas e convidando mais trabalhadores a aderirem à paralisação. Todos que desejarem participar dessa atividade devem estar no Sinsej, às 7h30. Os demais grevistas estão chamados a participarem da mobilização, que começa às 9 horas, em frente à Prefeitura.

Na reunião que aconteceu na tarde de hoje, o prefeito Udo Döhler novamente não apresentou nenhuma melhoria na proposta. “Não temos fôlego”, alegou outra vez. O presidente do sindicato, Ulrich Beathalter, rebateu que a administração ainda não conseguiu provar que não tem condições financeiras de valorizar mais os servidores este ano.

Prefeitura tenta intimidar

O governo não quis agendar uma nova reunião com o sindicato para continuar dialogando. Ao contrário, informou à imprensa que pretende enviar à Câmara de Vereadores um projeto com o reajuste apenas no valor da inflação, antes de chegar a um acordo com a categoria.

Além disso, a Prefeitura protocolou, no final da tarde de hoje, uma ação no Tribunal de Justiça contra o Sinsej, alegando que o sindicato não comunicou com 72 horas de antecedência a paralisação da categoria. A medida é infundada, já que a categoria estava em estado de greve desde 24 de abril, o que significa que os trabalhadores podem parar a qualquer momento dispensando a obrigação legal de comunicação antecipada. O Executivo já estava ciente disso, já que o ofício do Sinsej que comunicava ao prefeito o estado de greve explicava essa situação claramente. O assunto também foi tratado pessoalmente com Döhler durante as negociações.

Ontem, a Prefeitura já havia divulgado uma nota ameaçando servidores e sindicato com um processo por considerar postos de saúde um serviço essencial. O governo Carlito moveu ação semelhante e perdeu.

Para o Sinsej, todas estas atitudes desesperadas demonstram despreparo. Além de inócuas juridicamente, elas expõe a falta de disposição ao diálogo da Prefeitura.

Quanto ao envio do projeto do reajuste no valor da inflação à Câmara, Ulrich explicou hoje aos servidores que sua aprovação não seria o fim do movimento, já que a greve continuaria por aumento real e pelo restante das reivindicações. No entanto, amanhã os grevistas irão até o Legislativo, a partir das 16 horas, para acompanhar a sessão e explicar aos vereadores que, se eles aprovarem um projeto desta natureza, estarão provando que apenas protocolam as vontades do Executivo.

Hora de aumentar o movimento

Esta não é a primeira greve dos servidores de Joinville e é fácil reconhecer nas ações do governo velhas artimanhas, já utilizadas pelo governo anterior. O objetivo é sempre o mesmo, espalhar medo e dúvidas, no intuito de diminuir o movimento.

Porém, ao invés de intimidar, as ações que a Prefeitura tem tomado desde ontem estão deixando os trabalhadores mais motivados para cruzarem os braços. Ao fim, é a força de mobilização da categoria que definirá o resultado deste movimento.

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