O que está acontecendo com o Vitaserv? (*)
(*) Esse texto foi publicado no informativo impresso do Sinsej – Impresso dia 16/02/2011
Suspensão de novas adesões gera dúvidas nos servidores, mas administração do plano não explica nada
O plano de saúde Vitaserv deixou de aceitar novas adesões desde o final de 2010. O Hospital Dona Helena parou de atender os usuários do plano. Médicos e clínicas também estão suspendendo os atendimentos. Esses fatos levantam suspeitas sobre a saúde financeira do plano que atende boa parcela dos servidores. Enquanto os usuários ficam com o atendimento ameaçado, nem a administração do Vitaserv nem a Prefeitura explicam ao servidor o que está acontecendo.
Os números assustam quando se fala nas dívidas e suas consequências. Segundo o presidente do Vitaserv, Jorge Roberto Damasceno, o valor devido só para Unimed e Dona Helena pode chegar a R$ 3 milhões. A Unimed ainda está atendendo, mas o hospital Dona Helena suspendeu os atendimento por enquanto. Cada dia que passa os próprios servidores relatam que outras clínicas deixaram o plano.
Segundo o gerente do Vitaserv, Luiz Fernando Romais, o serviço atende cerca de 7.500 usuários, mas foi planejado para 5.000. Tanto o gerente como o presidente do Vitaserv responsabilizam os repasses da Prefeitura como causadores do prejuízo. Segundo eles, o valor estaria muito abaixo do necessário para manter o sistema. Hoje, a Prefeitura repassa R$ 300 mil por mês ao plano. Esse valor teria sido calculado como suficiente para atender 5.000 adesões.
O município alega que não há recursos para um aumento significativo, mas havia sido negociado, em agosto de 2010, um aumento para R$ 460 mil mensais. O que não dá para entender é por que o acordo ainda não saiu do papel. Mesmo sem fazer parte da gerência do plano, o Sinsej ajudou até onde pôde na negociação entre Vitaserv e Prefeitura. Entretanto, a concretização e os detalhes do acordo de aumento do repasse cabem exclusivamente à Prefeitura e ao plano.
“Existe vontade de fazer algo pela situação”, afirma a secretária de Gestão de Pessoas, Márcia Alacon. Segundo ela, foi criada uma comissão entre Secretaria de Gestão de Pessoas, Vitaserv e Secretaria da Fazenda para tentar achar formas de aumentar o repasse mensal. Para o Sinsej, uma comissão pode até ajudar a entender e apontar sugestões para a situação, mas o fato é que os servidores continuam sem serem atendidos. Além disso, não há prazos e nem certeza de que essa comissão fará alguma coisa concreta.
E a situação só piora. Todo ano o projeto de lei que determina o repasse mensal da Prefeitura para o plano precisa ser renovado pela Câmara de Vereadores, mas devido a problemas no processo houve atraso na votação. O resultado foi o não pagamento de R$ 600 mil referentes aos meses de julho e agosto. Segundo Jorge, o valor ainda não foi pago, mas se espera que seja repassado em breve.
Espera-se que a prefeitura e a administração do Vitaserv se manifestem explicando detalhada e objetivamente a situação para a nossa categoria.