A água se foi, mas os problemas continuam
Servidores buscam solução para os problemas causados pelas chuvas, mas sem muitas respostas
Os problemas gerados pelas chuvas de janeiro afetaram toda a cidade e com os servidores públicos não foi diferente. Alagamentos, goteiras e deslizamentos são conseqüências comuns da grande quantidade de chuva. Entretanto, os servidores que buscam alguma forma de auxílio para resolver esses problemas acabam não encontrando a ajuda esperada. Foi o caso da servidora Márcia Ferreira, que trabalha no PA Norte. A auxiliar de enfermagem já recorreu à Secretaria de Assistência Social, à Secretaria de Gestão de Pessoas, e não teve auxílio para o seu problema.
A casa alugada onde Márcia mora sofreu uma série de avarias com as chuvas de janeiro. O telhado da varanda caiu, as paredes apresentam rachaduras, sem falar nas goteiras que estão espalhadas pela casa toda. Mas a situação começou a se agravar quando o dono da casa pediu para que os consertos fossem feitos, ou ela teria de sair da casa. Segundo Márcia, as medidas possíveis foram tomadas, mas nem a metade do 13º salário foi possível adiantar. Com o reconhecimento da situação de emergência pela Prefeitura, os trabalhadores da iniciativa privada atingidos pelas chuvas podem contar com o saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). “Os trabalhadores das empresas privadas têm o FGTS para ajudar com os estragos, mas qual a garantia de auxílio que o servidor público tem?”, questiona Márcia.
Esse não é um problema exclusivo dessa servidora. São comuns casos como esse entre os mais de 11 mil servidores públicos. Muitos trabalhadores passam por dificuldades financeiras e procuram formas de solucionar seus problemas, mas acabam barrados por medidas da Prefeitura. Outra reivindicação freqüente é a solicitação da venda da licença prêmio. Desde o ano passado, a administração pública só está pagando pelo período de licença prêmio nos casos de aposentadoria ou morte.
Outro problema que assola a auxiliar de enfermagem é a iminência do corte das gratificações. Segundo a servidora, a sua rotina de trabalho tem sido cumprida apesar dos problemas de saúde. Márcia tem sofrido com tonturas, mas para não correr o risco de perder uma parcela significativa do salário – as gratificações – não arrisca solicitar a licença para tratamento de saúde. Se a situação dela já é crítica com o salário integral, um corte na renda da família seria muito difícil de administrar.
Márcia lembra que casos assim dificultam o atendimento à população. “Nós lidamos diretamente com o povo e nossa qualidade de atendimento depende da qualidade de nossos locais de trabalho.” A falta de reconhecimento e ajuda aos servidores só prejudica essa relação. Para a servidora, parece que a Prefeitura quer manter essa situação do povo contra o povo.