Uma audiência. Nenhuma proposta. Mais greve.

No início da tarde desta sexta-feira (3/6), a expectativa dos servidores de iniciar uma rodada de negociações com a Prefeitura foi frustrada com apresentação de uma proposta inconsistente e sem garantias para a categoria. O Executivo Municipal propôs adiantar apenas metade do reajuste previsto para 2012, ainda parcelado em duas vezes e somente se os gastos com pessoal atingirem 44% da receita até agosto. Na prática, a medida não traz nenhuma garantia aos servidores e mantém o reajuste zero em 2011.

Atendendo a uma exigência da Prefeitura, o sindicato não participou da audiência e a assembleia realizada pela manhã destacou uma comissão de seis servidores que representaram a categoria. Mesmo com a flexibilizarão por parte do Sinsej, o prefeito Carlito Merss não apresentou novidades para os servidores e mantém os trabalhadores sem reajuste este ano. Na segunda assembleia do dia, realizada às 17h, mais de três mil servidores reunidos em frente à Prefeitura, rejeitaram a proposta e decidiram pela manutenção da greve.

O anúncio desta tarde se equipara à proposta que levou os servidores à greve em 2010, quando rejeitaram o reajuste da inflação concedido em três parcelas, sendo que as duas última estariam condicionadas ao aumento da receita. Essa é a primeira vez que o prefeito demonstra alguma inicitiva de dialogar com os servidores desde que o Sinsej entregou a pauta de reivindicações da categoria, em 1º de março. Mas novamente não houve debate. A comissão que conversou com o prefeito apenas recebeu a proposta, sem abertura para negociações. A proposição da Prefeitura vem depois da categoria ter tomado a medida inédita de refazer sua proposta inicial, cogitando receber somente o reajuste da inflação em maio (6,5%) e o ganho real (5%) parcelado.

A inconsistência da proposta é nítida diante do condicionante. A Prefeitura quer atrelar o reajuste dos servidores a um índice de comprometimento da receita que Joinville não atinge desde 2008. Ainda que as perspectivas da categoria e do sindicato sejam otimistas para as contas do município, esperar a diminuição de mais de três pontos percentuais não é uma proposta concreta. O que também torna insustentável o discurso da administração municipal, que repete declarações sobre as dificuldades financeiras e agora prevê um índice incompatível com suas alegações. A proposição deste índice ratifica a perspectiva do Sinsej, de que a Prefeitura já tem condições para conceder o reajuste e que o seu futuro não é comprometedor.

Já são 26 dias em greve e a quinta semana de paralisação inicia com um ato em frente à Prefeitura, às 9h, e para a tarde de segunda-feira, os servidores convocam a comunidade joinvilense para uma assembleia pública, às 18h, na Praça da Bandeira. Durante o fim de semana o Sinsej estará de plantão e os servidores seguirão nas atividades de mobilização.

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