Insegurança: o preço da economia*

Medida prejudica população e servidores. Foto: Jean Almeida

No mês de agosto a Prefeitura de Joinville anunciou que eliminará vários postos de vigilância noturna e diurna nos prédios públicos. A medida prevê uma economia de R$ 3,7 milhões ao ano, mas, na prática, os cortes só geram insegurança. As ações estão sendo postas em prática paulatinamente, mas já atingem setores importantes e trazem efeitos negativos. É o caso da Unidade Sanitária da Secretaria de Saúde, localizada na Rua Itajaí, que não conta mais com vigilância humana. Além da Unidade Sanitária, funcionam no local outros sete setores do serviço de saúde municipal, entre eles a Vigilância Epidemiológica, o Serviço de Imunização e o setor de informática da Secretaria Municipal de Saúde, que centraliza os dados dos cadastramentos de programas de saúde, do SUS e da rede intranet da Secretaria Municipal de Saúde.

A falta de vigilância colocou todos esses serviços sob risco. Segundo funcionários, a Rua Itajaí é insegura, principalmente no período noturno, o que fez com que esses setores já tenham programado redução de uma hora no atendimento ao público, para garantir a segurança dos cerca de 80 servidores do local. O atendimento feito normalmente das 7 horas às 19 horas, deverá ser reduzido das 7h30 às 18h30, evitando que os trabalhadores permaneçam sozinhos nos horários de menor movimento.

Outra medida tomada para garantir a segurança foi a guarda de medicamentos após as 17 horas, internamente os setores já trabalham fechados.

Segundo a Gerente da Unidade, Rosilei Baade, no local são centralizadas vacinas e medicamentos de uso controlado de distribuição exclusiva do SUS. Esses produtos, aliados à área de informática, encontram-se atualmente desprovidos de vigilância.

A retirada da segurança humana foi feita com a promessa de instalação de novos equipamentos, como alarmes e câmeras de monitoramento, mas até o fechamento dessa edição nenhuma providência havia sido tomada.

Quem perde com a economia

Além dos usuários dos serviços, quem perde com esses cortes, principalmente, são os trabalhadores. Hoje, a Prefeitura emprega 416 vigilantes, 341 da empresa terceirizada Khronos e outros 75 de carreira da PMJ. Os vigilantes terceirizados que forem remanejados para o período diurno terão um corte de até R$ 250 nos salários.

Para os vigilantes da Prefeitura, a situação também é preocupante. O cargo está em extinção, novas vagas não são mais oferecidas em concurso e os funcionários em serviço têm normalmente mais de 15 anos de função. Essa situação congelou a carreira desses servidores, que já sofrem perdas desde o último reenquadramento, na aplicação do PCCS em 2008.

A preocupação agora recai sobre as escolas que atendem no período noturno. A informação, não oficial, dá conta de que as escolas não perderão a vigilância. Nessas unidades, a presença de um vigilante é um auxiliar importante na organização dos horários de aula do Ensino de Jovens e Adultos, que funciona em diversas regiões da cidade com equipes reduzidas e em áreas de pouca segurança.

* Texto publicado no Informativo do Sinsej de outubro de 2011.

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