Buscar a felicidade passa pela redução da jornada de trabalho

Por Ulrich Beathalter

Enfermagem combate por menos horas de trabalho, mas para alcançar esse objetivo é preciso uma mobilização de massas

As pessoas nascem para ser felizes. E são felizes à medida em que são donos de seus próprio corpo, sua mente e seu tempo. Reduzir a jornada de trabalho é uma das maiores conquistas para a classe trabalhadora. Cada hora a menos de trabalho é uma hora a mais para o lazer, para o esporte, para o estudo, para o descanso, para viagem, para a família, para namorar, ou seja, para viver e ser feliz. Não á à toa, portanto, que uma das maiores bandeiras dos sindicatos sempre é a redução da jornada de trabalho.

Hoje tramita no Congresso uma proposta para regulamentar a jornada de 30 horas semanais para os profissionais da enfermagem. Essa medida é altamente necessária para garantir a qualidade do atendimento aos pacientes e para garantir a saúde dos trabalhadores. É reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que os trabalhadores da saúde, ao lado do magistério, são os que mais adoecem em decorrência do alto nível de estresse a que estão submetidos. Reduzir o tempo dessa exposição vai fazer bem ao trabalhador e também a todos os pacientes.

O problema é que essa proposta está parada na Câmara dos Deputados, que sempre arma uma manobra para atrasar a votação. Além disso, falta aos trabalhadores uma organização mais eficiente para pressionar pela aprovação do projeto. É necessário mobilizar o conjunto dos sindicatos municipais, estaduais e da iniciativa privada, que representam os trabalhadores da saúde, para fazer andar a reivindicação.

Falta uma articulação nacional. A Confederação Nacional dos Trabalhadores da Saúde (CNTS) organiza apenas algumas federações, sem vínculo direto com os sindicatos. Além disso, não se organiza com a Central Única dos Trabalhadores, o que dificulta a organização e mobilização em todo o país. Na última semana foi divulgada pelas redes sociais uma possível paralisação dos profissionais da enfermagem em todo o país. É preciso estar alerta para o fato de que não está claro quem convocou essa atividade. No site da Confederação não há qualquer menção a isso e os sindicatos não receberam qualquer informação a esse respeito.

O Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Joinville, Garuva e Itapoá (Sinsej) não convocará nenhuma paralisação sem a certeza de que existe um amplo movimento em todo o país, organizado e discutido com os sindicatos e, principalmente, com os trabalhadores em seus locais de trabalho. A entidade não é contra essa luta. Muito pelo contrário. Ela entende que as 30 horas semanais para a enfermagem está entre as coisas mais importantes que existe para se conquistar. Mas é preciso organizar esse combate da melhor forma possível, sem pôr em risco os trabalhadores.

O Sinsej se dirige às entidades dos trabalhadores da saúde, tanto do setor privado quanto público, para que juntos organizem essa discussão. É urgente organizar de fato a defesa da aprovação do projeto que está parado na Câmara dos Deputados. É preciso conquistar as 30 horas semanais para a enfermagem. Em seguida, lutar pela redução da jornada também para os demais trabalhadores.

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