Sinsej quer devolver o imposto sindical
Todo mês de março a folha de pagamento dos brasileiros é assaltada com o desconto de um dia de trabalho. É o imposto sindical, cobrado independente da associação do trabalhador a uma entidade sindical.
Esse desconto foi instituído pelo governo Getúlio Vargas em 1943 e persiste até hoje. Como na época quem mandava nos sindicatos era o governo, sua preocupação era garantir o sustento dos pelegos, além de preservar uma estrutura mafiosa, destinando parte do dinheiro para o sindicato, outra para a federação, uma para a confederação e ainda uma parte para o próprio governo – financiando o Ministério do Trabalho que agia como polícia dos sindicatos. Mais tarde, o governo Lula decidiu dividir sua parte do bolo com as Centrais Sindicais.
O Sinsej está promovendo uma campanha de discussão com a categoria sobre qual é a forma correta de sustentação dos sindicatos e pretende devolver a parte do imposto sindical (60%) que fica com a entidade.
Nesse sentido, a partir de hoje serão publicadas no site do Sinsej respostas às principais dúvidas sobre o assunto.
No dia 30 de agosto, uma assembleia geral da categoria está convocada para discutir o tema. Será às 19 horas, na Sede do Sinsej em Joinville (Rua Lages, 84). Antes disso, os representantes de locais de trabalho estão convidados a participarem de uma reunião, no dia 2 de agosto, no mesmo horário e local.
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Por que o Sinsej é contra o imposto?
A CUT, desde sua fundação, é contra a cobrança do Imposto Sindical. Existem motivos sérios para isso.
1º – O Imposto sustenta uma série de sindicatos, federações e confederações que não têm ligação com os trabalhadores. Você sabia que uma parte do seu dinheiro vai para a Fetramesc (federação que ninguém conhece) e para a CSPB (antiga confederação, da qual ninguém participa)? São os chamados “sindicatos de gaveta” ou “pelegos”. Para eles, não importa que não hajam associados ao sindicato. Aliás, muitos fazem preferem que ninguém se associe. Dessa forma, os dirigentes eternizam-se no poder, enriquecendo às custas dos trabalhadores.
2º – O sindicato é a organização de luta dos trabalhadores. Ninguém deve dizer como os trabalhadores vão organizar e manter seu sindicato. Isso significa Liberdade e Autonomia Sindical.
3º – Todo trabalhador deve ser livre para se associar ou não a uma entidade. Quando, de forma consciente, o trabalhador se filia ao sindicato, sabe que está ajudando a construir uma organização em defesa de seus próprios interesses – e que isso tem um custo. Portanto, são os filiados do sindicato que devem decidir que estrutura o sindicato deve ter e como vão manter seus custos.
Leia amanhã “O que fazer enquanto existir o Imposto?”