A delicada escolha de candidatos combativos

Nesse domingo o povo irá às urnas votar para escolher os futuros Prefeitos e os vereadores das cidades brasileiras. É uma grande responsabilidade, pois será confiado a essas pessoas o futuro das cidades pelos próximos quatro anos. E, em quatro anos, muito pode ser feito. Para o bem e para o mal. Ou não!

Em momentos de campanha eleitoral, todos prometem soluções para os problemas da saúde e da educação – principalmente. Esses são os temas mais sensíveis do serviço público e os que mais impactam na vida das pessoas. Então, é preciso prestar atenção na fala, nas propostas – mas também nas ações práticas de cada candidato. É possível perceber que existe muita contradição nas promessas de alguns.

Por exemplo: como pode o candidato dizer que saúde e educação públicas são prioridade, se ao mesmo tempo sugere uma série de parcerias com empresas / privatização dos serviços? Ou seja, diz que vai resolver o problema, mas quer se livrar da responsabilidade e entregar para o lucro de empresários aquilo que é de direito do cidadão e já foi pago com o dinheiro dos impostos de cada contribuinte.

Privatizações não combinam com a melhoria da qualidade dos serviços públicos. Quem defende de fato o atendimento público de qualidade para as famílias sempre vai ser contra a entrega dos serviços para as empresas. E não importa como chamem isso: privatização, terceirização, concessão, parceria…

O que alguns candidatos escondem é o compromisso que assumiram com as empresas que estão financiando suas campanhas. Aí dizem pra população que vão investir pesado em saúde e educação, mas antes disso já prometeram fatiar e entregar para seus amigos empresários grande parte daquilo que deveria ser público e responsabilidade do município. Em troca, recebem gordas ajudas para pagar suas placas e o exército de gente para panfletar e pedir votos.

Por parte dos candidatos a vereador, via de regra os discursos são os mesmos: prometem lutar pela saúde, educação, esporte e lazer. Mas poucos dizem claramente como vão fazer isso. Aliás, a maioria nem conhece o papel do legislativo e promete obras como se fosse o futuro Prefeito da cidade. Desconfie disso. Quem faz obras é o Poder Executivo, o Prefeito. Ninguém mais. O máximo que o vereador pode e deve fazer é organizar a comunidade para exigir da Prefeitura a realização das melhorias. Se o vereador consegue alguma obra sem precisar da população é porque já está muito comprometido com o Prefeito e, provavelmente, não poderá mais exercer uma das suas principais tarefas, que é a de fiscalizar a Prefeitura. Como fiscalizar as ações do Prefeito, se o vereador consegue um monte de “favores”, inclusive nomeação de vários cargos comissionados?

Deve-se prestar atenção na história de cada candidato. Agora, está à disposição um monte de aventureiros. Alguns oportunistas, pensando apenas nas próprias regalias. Outros iludidos, pois foram convencidos a se candidatar, pra fazer legenda para o seu partido, embora sem chances de se eleger. Nessa hora, é preciso reconhecer as pessoas realmente combativas. Aquelas que, independente de interesses pessoais, independentes das pressões, não vende seus ideais.

Para os servidores públicos, além de escolher o Prefeito, escolhe-se também o patrão para o próximo período. Então, é preciso cuidado redobrado. A categoria dos servidores quer o bem para toda a população e para a cidade. Mas é preciso ter absoluta certeza que isso passa pela valorização de fato daqueles que mantém os serviços públicos funcionando.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

oito − 6 =