Hora de reagir ao desmonte do serviço público

Por Ulrich Beathalter

Os serviços públicos no Estado de Santa Catarina estão correndo sério perigo. Perigo de desaparecerem ou se transformarem num problema cada vez maior para milhões de trabalhadores que deles se utilizam. A política desenvolvida pelo governador Raimundo Colombo é de sucateamento da saúde, educação e da segurança pública – para entregar esses serviços aos municípios ou a empresas privadas, para que lucrem com algo que é de direito do cidadão e que já foi pago com o recolhimento de nossos impostos.

É imperdoável o crime que está sendo cometido. Todos os dias recolhemos impostos para o governo. É direito de cada cidadão receber, em troca, serviços públicos gratuitos e de qualidade. O que ocorre é que cada vez mais os governos se apropriam desse dinheiro e o usam para favorecer os empresários aliados políticos – aqueles que financiaram suas campanhas. Aí o dinheiro que deveria custear educação, saúde e segurança acaba nas mãos de empreiteiras e fornecedores diversos, que realizam obras ou vendem produtos para o governo, quase sempre superfaturados e de má qualidade.

No caso da saúde, há quase dois meses convivemos com a greve dos servidores. O governo vem fazendo pouco caso, não recebe o sindicato e não apresenta proposta que possa atender minimamente as reivindicações dos trabalhadores – que dizem respeito à melhoria salarial e das condições de trabalho. Em troca, anuncia a entrega dos hospitais para empresários travestidos de “Organizações Sociais” – uma forma de “vender” o serviço público, que aos poucos vai sendo desmantelado e virando uma mercadoria com alto custo para a população.

Na área da educação, o crime tem a mesma gravidade. Além de não construir mais nenhuma escola, o governo Raimundo Colombo decreta o fechamento – como é o caso da Escola Monsenhor Scarzelo. Além disso, ameaça fechar todas as extensões que hoje oferecem Ensino Médios nos bairros. Dessa forma, empurra para o município uma responsabilidade que é sua e que o município não tem como assumir e condena crianças e jovens a ficarem sem a formação básica.

E o mesmo ocorre com a segurança pública, que aos poucos vai sendo privatizada – como já ocorre nos presídios. Falta pessoal e recursos para garantir a segurança da população – principalmente aos trabalhadores que vivem nas periferias das grandes cidades.

É hora de reagir a esse desmonte do serviço público. Os movimentos sociais de todo o estado estão organizados. Em Joinville, o Comitê em defesa dos serviços públicos está chamando atividades para conscientizar a população e exigir do governo providências imediatas. Mas é preciso que toda a população acorde e venha às ruas lutar por seus direitos. Se assim não o fizermos, teremos que explicar para nossos filhos e netos porque deixamos um mundo pior para eles.

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