Servidores rejeitaram nova proposta
Aproximadamente 4,5 mil servidores em greve participaram hoje (15/5) de nova manifestação em frente à Prefeitura de Joinville. Eles rejeitaram a proposta feita no final da tarde de ontem pelo Executivo, que ofereceu mais 1,6% – a ser pago em janeiro de 2014. Anteriormente, o prefeito Udo Döhler já havia oferecido 4% para maio mais 1,5% para novembro. A próxima manifestação será na sexta-feira (17/5), às 9 horas, no mesmo local.
“O que a prefeitura está dizendo é que a categoria vai ficar quase dois anos sem receber o reajuste da inflação de 2012”, disse o presidente do Sinsej, Ulrich Beathalter, ao defender a rejeição da proposta. “Neste momento, dia 15 de maio, já está correndo um novo período inflacionário. Como ficará o ano que vem?”, questionou.
Após a votação, os diretores do sindicato foram ao gabinete apresentar a decisão da categoria, mas o prefeito não estava. O diretor executivo Afonso Fraiz recebeu os sindicalistas e reafirmou que o município não tem condições de aumentar o índice de reajuste. De acordo com ele, a proposta de ontem – mais 1,6% em janeiro de 2014 – foi a alternativa encontrada para não onerar o Orçamento deste ano. Ulrich argumentou que o que deve ser levado em consideração é a Receita Corrente Líquida do município, que é o que realmente entra nos caixas da prefeitura, e não o Orçamento, que é uma previsão aprovada no final de cada ano. “É difícil imaginar que o Orçamento não preveja o reajuste salarial dos servidores”, disse. “Mas os dados consolidados da prefeitura indicam condições de reajuste”.
O presidente do Sinsej pediu que a equipe de governo reavalie a proposta salarial e também os demais pontos da pauta de reivindicações da categoria. Este documento contém 47 itens, mas apenas 14 foram respondidos. Entre os pedidos ignorados estão o aumento e universalização do vale-alimentação, a solução para o atendimento de saúde dos trabalhadores e a redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais.
A aplicação integral da Lei do Piso do Magistério, que prevê 33,33% de hora-atividade, também foi mencionada na manifestação. Na proposta da prefeitura seria aberta uma comissão, sem prazo para concluir os trabalhos, que estudaria o assunto. O sindicato pede o cumprimento imediato desta lei de 2010. “Estamos cansados de levar trabalho para casa”, desabafou a coordenadora regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte), que também é servidora municipal.
Após o ato, os grevistas seguiram em passeata pelo Centro da cidade.