Mattei subestima inteligência dos professores

Em reunião com o sindicato na manhã da última terça-feira, o secretário de Educação, Roque Mattei, informou que a administração entende que os 33,3% de hora-atividade já são pagos aos professores do 6º ao 9º ano. Com uma matemática tendenciosa, o secretário sugere que, somando os 20% pagos atualmente e os 12 minutos da diferença entre a hora aula (48 minutos) e a hora relógio, a Prefeitura está em dia com a Lei do Piso Nacional do Magistério. Na prática, essa é uma estratégia maliciosa já utilizada por governos de vários estados e municípios para não cumprir a lei nº 11.738, que garante desde 2008, que um terço da jornada do professor seja realizada fora da sala de aula.

Já para os professores das séries iniciais, apesar de ter apresentado os números de contratações e gastos necessários para a implantação, até agora a Secretaria de Educação não apresentou nenhuma proposta concreta. Nem mesmo previsão de data para realização de concurso público. Mas desta vez o secretário garantiu que até o fim de outubro deverá apresentar algo mais preciso.

Quanto ao calendário do magistério para 2014, outra pauta bastante debatida na reunião, o secretário insistiu na manutenção da sua proposta. A secretaria quer que sejam mantidos 214 dias de efetivo trabalho escolar. Além disso, o retorno de todos os servidores seria em 3 de fevereiro e dos alunos no dia 5. Já para os pontos facultativos o secretário remeteu a decisão para o prefeito e pretende acompanhar o que for definido para todas as secretarias.

Mais uma vez a gestão municipal manobra para continuar descumprindo a lei. A Secretaria de Educação deturpa a jornada de trabalho dos profissionais da educação, subestimando a inteligência dos professores, pressupondo que eles não conheçam suas próprias condições de trabalho e seu direito de ampliar a hora-atividade, que está garantida em lei desde 2008.

Para o Sinsej, é urgente que toda a Educação Municipal se mobilize diante dessa postura desrespeitosa da Prefeitura. Do contrário, os propósitos lançados pela secretaria vão atacar ainda mais a carreira profissional do magistério, desqualificando a educação e rebaixando os professores.

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