Problemas nos PAs não são culpa dos servidores

Nesta quarta-feira (23/4), veículos de comunicação da região de Joinville noticiaram a precariedade no atendimento dos Pronto Atendimentos 24 horas Sul e Norte nos últimos dias. Segundo as matérias, a falta de médicos foi a principal causa dos problemas. As publicações sugerem que esses profissionais teriam faltado aos plantões das unidades ontem.

O Sinsej e os servidores dos PAs repudiam a desinformação causada por essas matérias e destacam que a responsabilidade pela confusão é da coordenação das unidades. Ao contrário do que foi informado, nenhum profissional se ausentou do plantão nos últimos dias. No PA Sul, a falta de um médico vem de longa data e ainda não foi solucionada pela gestão municipal. Já no quadro do PA Norte, um dos profissionais está de férias e até o momento a Prefeitura não o substituiu. Os problemas com o quadro médico dos PAs têm sido frequentemente relatados pelos servidores dessas unidades. Inclusive, os próprios trabalhadores já fizeram proposições de alterações nas escalas para solucionar a defasagem, que não foram acatadas pela administração.

As informações cedidas pelo coordenador dos Pronto Atendimentos, Álvaro César Ricardo Júnior, ao jornal A Notícia não correspondem com a verdade e são maldosas. Os problemas estruturais, assim como a falta de equipamentos, materiais e medicamentos nas unidades são históricos e têm sido constante alvo de reivindicações por parte dos trabalhadores lotados nesses setores. No entanto, até hoje poucas providências foram tomadas. Além disso, a jornada de 60 horas citada pelo coordenador é a padrão dos médicos e não a mínima, como informou. Para estender o período de atendimento, são necessários mais profissionais, que a Prefeitura não contrata desde 2012.

Ao relacionar as reclamações dos servidores com a questão da terceirização dos serviços de saúde, o coordenador falta novamente com a verdade para com a população. Os traalhadores dos PAs se posicionam contra os projetos que estão na Câmara de Vereadores porque sabem que problemas como os relatados nas matérias não terão solução com a privatização.

O objetivo de todas as reivindicações é sempre a valorização do serviço público e a melhoria nas condições de trabalho, o que automaticamente reflete-se num melhor atendimento à população. A substituição de trabalhadores em férias ou a contratação de novos profissionais para suprir as necessidades do quadro atual são de inteira responsabilidade da gestão municipal. Atribuir a culpa dos problemas aos servidores é um ato irresponsável. Os usuários do serviço público têm o direito de saber que a Prefeitura tem sido ineficaz nas contratações, manutenção dos quadros completos e garantia das estruturas necessárias para o atendimento à comunidade.

Faltas ou ausências de profissionais, sem justificativas adequadas e que prejudiquem o atendimento à população, não são toleradas pelos servidores, tampouco pelo sindicato.

O Sinsej e os servidores vão pedir a imediata retratação do coordenador dos PAs, bem como exigir da gestão municipal medidas para solução desses problemas. O sindicato ressalta ainda que todas as reivindicações, bem como o posicionamento contrário às terceirizações, acompanham o principal anseio da população: serviço público gratuito e de qualidade para todos. As ações que o Sinsej e os servidores têm tomado contra as privatizações possuem o objetivo de impedir medidas que não resolvem a situação e, pelo contrário, abrem as portas à precarização. Medidas como essa não atendem às necessidade da população e apenas atrasam as verdadeiras soluções, como a contratação de mais profissionais através de concurso público e investimentos significativos nas áreas de saúde.

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