Sinsej cobra segurança para servidores do HMSJ
A notícia de quatro mortes relacionadas ao surto da bactéria super-resistente KPC no São José preocupa os servidores do hospital. O Sinsej já denunciou várias vezes a superlotação, os problemas estruturais e as péssimas condições de trabalho no local. O conjunto dessas situações torna os profissionais mais vulneráveis à contaminação e à transmissão dessa bactéria.
O sindicato solicitou uma reunião urgente com a direção do hospital. Também foram exigidos equipamentos de proteção e número suficiente de equipes por plantão. O vice-presidente do Sinsej, Tarcísio Tomazoni Junior, esclarece que não há nenhuma relação da proliferação da bactéria com falta de higiene dos trabalhadores. “Os servidores do São José trabalham com a melhor postura possível diante das condições precárias que lhes é oferecida”, explica.
Tomazoni ressalta ainda que é preciso discutir uma antiga reivindicação dos funcionários do São José: o pagamento de adicional de insalubridade em 40% para quem trabalha com pacientes que possuem doenças infectocontagiosas.
O que é KPC?
A KPC (Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase) foi descoberta em 1996, na Carolina do Norte, Estados Unidos. Ela é um microorganismo que foi modificado geneticamente no ambiente hospitalar e que é resistente a um grupo de antibióticos. Sua transmissão se dá principalmente pelo contato. O maior alvo dessa bactéria são pessoas hospitalizadas, com baixa imunidade, como pacientes de Unidade de Terapia Intensiva. Em geral, ela não oferece riscos à comunidade.
Recentemente a Organização Mundial de Saúde definiu que a resistência de bactérias a antibióticos já é considerada uma das maiores ameaças à saúde pública. “O mundo caminha para uma era na qual as infecções comuns e pequenos ferimentos que foram tratáveis durante décadas podem voltar a matar”, diz Keiji Fukuda, diretor-geral de Segurança Sanitária da OMS.