Döhler não pretende reajustar nem mesmo a inflação
O prefeito de Joinville declarou à imprensa que realmente não pretende conceder nem a inflação como reposição salarial aos servidores. Em um ano em que a perda de poder aquisitivo soma quase 12% sem previsão de desacelerar, a afirmação soa como uma brincadeira sem graça. O assunto foi publicado na coluna de Jefferson Saavedra, no Jornal A Notícia, em 19 de fevereiro.
A categoria já definiu a pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2016 e pede a reposição da inflação mais 5% de ganho real. Este é o mínimo, considerando-se que ainda restam 36,80% de desvalorização salarial, imposta pela Prefeitura aos servidores entre os anos de 1996 e 2010.
Com essa afirmação feita ao jornal, Udo Döhler volta a demonstrar que está decidido a fazer os servidores arcarem com a responsabilidade pela crise financeira e pela sua má administração. No final de 2015, ele já havia anunciado vários cortes e congelamentos em direitos da categoria. Na semana passada, começou a demitir técnicos de enfermagem contratados no Hospital São José – propondo-se a reverter a medida apenas após nova mobilização dos trabalhadores do local. Enquanto isso, nada foi feito para reduzir cargos comissionados e seus privilégios.
A primeira reunião de negociação com o governo aconteceu na quinta-feira (18/2), mas o prefeito não se fez presente e os poucos secretários de governo que compareceram não haviam lido a pauta de reivindicações protocolada pelo Sinsej. O sindicato aguarda o agendamento de uma nova audiência e espera que Döhler apresente respostas concretas e positivas, demonstrando respeito à categoria.
No dia 10 de março, o posicionamento da Prefeitura será avaliado em uma nova assembleia. Será às 19 horas, na Câmara de Vereadores. A categoria está em estado de greve desde o fim do ano e a presença de um grande número de servidores é fundamental.