Não tememos ameaças
Seguimos firmes na defesa de nossos direitos
Os servidores municipais estão sendo bombardeados por ameaças veladas (ou nem tanto), meias verdades e jogos de palavras. Um teatro imenso, orquestrado nos gabinetes do poder e levado a público pelo próprio governo e alguns comparsas pseudoautointitulados jornalistas. Tudo para cumprir o objetivo de amedrontar os trabalhadores em meio a sua Campanha Salarial. Não cairemos nessa armadilha.
O prefeito Udo Döhler, em Joinville, tem repetido a velha cantilena de “desvios de conduta” e combate ao clientelismo. Um discurso hipócrita, mentiroso e desastrado. É esse governo que mais “honrou” seu compromisso com as empresas privadas, tirando dinheiro do serviço público e transferindo para os “amigos financiadores de campanha”, num volume e constância como nunca antes na história dessa cidade.
Foi o prefeito Udo Döhler que teve nas mãos a chance de acabar com a farra da distribuição de gratificações vitalícias para seus apadrinhados cabos eleitorais. Sim. Vitalícias. Os comissionados do prefeito “mãos limpas” levam para toda a vida (inclusive para aposentadoria) as gratificações de sua nomeação nos cargos político-partidários que infestam os gabinetes da prefeitura.
Udo Döhler manteve o pagamento de acréscimo de 6% a cada três anos para os agentes do partido, que nunca fizeram concurso público, mas que infestam a estrutura do executivo e as assessorias dos vereadores. Udo Döhler transformou a estrutura das unidades de saúde básica nos bairros. Onde antes havia sete ou oito coordenações, agora haverá mais de trinta.
Publicamente, um discurso de contenção de gastos, de combate ao clientelismo. Na prática, a manutenção e ampliação da política entreguista de recursos públicos ao empresariado da cidade e de distribuição de cargos e benesses aos integrantes da coligação partidária que lhe dão sustentação no poder. Que esse governo tem de diferente dos anteriores? Apenas a sanha com que retira serviços da população e ataca os direitos dos trabalhadores, para manter os “esquemas” enraizados na estrutura do poder.
Pra completar, Udo Döhler utiliza do instrumento da ameaça constante. Sem nenhuma resposta oficial à pauta de reivindicações dos servidores, declara à imprensa que não concederá reajuste à categoria. Qual o interesse de publicar algo que nem discutiu com os próprios servidores, a não ser tentar frear o ânimo destes?
Na tática da ameaça, Udo é apoiado por seu exército de cabos eleitorais entranhados nos cargos comissionados em todos os setores e por um ou outro pseudo jornalista. Hoje (02/03) teve colunista falando em demissão de servidores, supostamente por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal. Uma leviandade e maldade sem tamanhos. Sem analisar dado nenhum (nem a própria Lei) o colunista cumpre o papel serviçal de ajudar Udo Döhler em seu intento de desmoralizar os servidores.
Aos servidores, deixamos claro que é uma aberração falar de demissão de qualquer servidor efetivo. Na gestão de Carlito Merss, a Prefeitura foi notificada pelo Tribunal de Contas em situação muito pior. Antes de ameaçar os servidores, é dever do gestor aplicar medidas para aumentar a receita e controlar os gastos desnecessários com a folha. Já apontamos várias alternativas para o prefeito, que vão desde o fim de desonerações fiscais, cobrança de dívidas (a cidade sabe, por exemplo, quem são os maiores devedores de IPTU e ISS?) até o fim das farras com os cargos comissionados.
Enquanto o governo continuar rendido ao sistema clientelista, não pode fazer mais que discursos vazios e de apelo ao senso comum. Tardam ações concretas que possam dar credibilidade à gestão, e ao mesmo tempo garantir o atendimento à população em todas as áreas do serviço público – além da manutenção dos direitos e da dignidade dos servidores públicos.