Vitória histórica dos servidores de Florianópolis
Encerrou na última quinta-feira (23/2) a greve dos servidores públicos municipais de Florianópolis. A paralisação iniciou no dia 17 de janeiro e foi a maior da história da categoria, chegando a registrar 90% de adesão entre os aproximadamente 11 mil servidores.
Mesmo enfrentando pressão brutal da mídia, ameaças de prisão dos dirigentes sindicais e multas diárias de até R$ 100 mil, a categoria permaneceu unida e fez com que o prefeito Gean Loureiro (PMDB) voltasse atrás. O pacotão de medidas, que atacava direitos dos trabalhadores e já estava aprovado pela Câmara de Vereadores há um mês, foi revertido.
Na negociação final, Gean recuou em sua proposta de destruição do Plano de Cargos e Salários (PCCS) dos servidores e cancelou todos os pontos da Lei 597 aprovada de forma truculenta. “Conseguimos recuperar praticamente todo o nosso plano, a gratificação na aposentadoria, anuênios e triênios, férias das auxiliares de sala, adiantamento do 13º para mães em período de gestação, percentual da hora-extra”, informa o site do sindicato da categoria, o Sintrasem. O prefeito também recuou na criação do Fundo Previdenciário Complementar.
A combatividade e disposição de luta dos milhares de servidores públicos de Florianópolis, bem como da direção do Sintrasem, dão o exemplo para o conjunto dos trabalhadores e jovens do Brasil e mostram que com luta é possível impedir ou reverter todos os ataques. Assim como a juventude mostrou em junho de 2013 como revogar o aumento das tarifas; como os secundaristas de São Paulo mostraram no final de 2015, ocupando escolas, como fazer Alckmin recuar do fechamento de escolas; agora os servidores da capital de Santa Catarina mostram como enfrentar os ataques e cortes desferidos por todos os governos Brasil afora depois da aprovação da PEC 55.