O problema do serviço terceirizado

O colunista Jefferson Saavedra, do jornal A Notícia, publicou ontem (27/3) sobre os problemas da Prefeitura de Joinville com a empresa responsável pelos serviços de limpeza manual de rios, valas, córregos, canais e galerias da cidade. Segundo a nota, o contrato com a empreiteira está rescindido desde maio do ano passado, devido a atrasos de pagamento, e não há prazo para lançamento de novo edital e recontratação. O valor destinado à empresa chegaria a R$ 1,3 milhão.

O Sinsej repudia a irresponsabilidade da Prefeitura ao deixar a população sem o básico. Além disso, não é compreensível que seja mais barato para o governo investir nas empreiteiras, já que estas retiram lucro dos serviços. A melhor solução para este e outros problemas da cidade é a abertura de concursos públicos para contratação de servidores efetivos que realizem estes trabalhos.

Terceirização sem limites

Se hoje já existe esse problema, com a aprovação da terceirização sem limites, os serviços públicos ficarão ainda mais precarizados. O projeto 4.302/1998, aprovado pela Câmara dos Deputados na semana passada, permitirá que educadores, técnicos, auxiliares, entre outros servidores, também sejam terceirizados.

Segundo o dossiê “Terceirização e Desenvolvimento, uma conta que não fecha”, lançado em fevereiro deste ano pela CUT e pelo Dieese, os terceirizados ganham 25% menos, trabalham quatro horas a mais e ficam 2,7 anos a menos no emprego quando comparados com os contratados diretos. Este regime de trabalho também favorece situações análogas à escravidão. O documento aponta que, entre 2010 e 2013, entre os 10 maiores resgates de trabalhadores escravizados, nove eram de terceirizados.

É preciso lutar pelo serviço público e pelas condições de trabalho, bem como defender que a população tenha um atendimento digno em todos os setores. A terceirização representa um retrocesso e deve ser repudiada.

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