Paralisação e assembleias em 28 de abril
Às vésperas da data-base, dia também será de debate sobre a campanha salarial
Os servidores municipais estão chamados a paralisar suas atividades novamente no próximo dia 28 contra a Reforma da Previdência e Trabalhista. Temer e o Congresso Nacional trabalham duro para que até o fim de maio os brasileiros percam a possibilidade de se aposentar e vejam seus direitos reduzidos aos patamares do início do século passado. A Reforma Trabalhista ganha um caráter ainda mais urgente, já que deve ser aprovada na Câmara dos Deputados nos próximos dias.
O dia 28 de abril ganha o reforço de outras oito centrais sindicais além da CUT. Os servidores de Joinville, que se encontram em meio a sua campanha salarial, terão assembleia da categoria neste dia, às 9 horas, em frente à Prefeitura, para avaliar as negociações com o governo municipal. A partir das 10 horas, todos os trabalhadores da cidade, estudantes e movimentos sociais estão convidados a participar de ato contra as reformas de Temer.
Em Itapoá, também haverá paralisação e a assembleia acontece às 15 horas, no Rancho da Tia Cida.
Intensificar a organização contra os ataques
Além de impedir as novas medidas, é preciso organizar a luta para reverter a já aprovada Reforma do Ensino (que privará os filhos dos trabalhadores de educação pública), o congelamento de investimentos por 20 anos (que recairá sobre quem precisa de serviços públicos) e a terceirização sem limites (que vai diminuir salários, piorar condições de trabalho e potencializar a prática de contratação temporária).
A voracidade dos ataques do governo Temer aos direitos previdenciários e trabalhistas tem levado grandes parcelas de trabalhadores a darem saltos na sua consciência e se colocarem em luta contra essas medidas. As manifestações dos dias 15 e 31 de março foram extraordinárias demonstrações desta disposição. Os servidores municipais de Joinville e Itapoá têm sido uma referência com suas massivas paralisações.
Mas é preciso ir além de dias de paralisação. Para a direção do Sinsej, a única forma de impedir estes ataques é uma grande mobilização dos trabalhadores brasileiros, que começa com uma greve geral por tempo indeterminado, organizada nas bases e não nos gabinetes.
Para organizar a continuidade da resistência após o dia 28 e unificar a pauta de reivindicações, as centrais precisam convocar um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora, com delegados eleitos nas bases dos sindicatos, do movimento estudantil e dos movimentos sociais. “Continuamos reclamando os velhos métodos de luta da classe. Acreditamos que somente a paralisação da produção, com uma greve geral unificada de norte a sul do país, combinada com manifestações de massa nas ruas, pode apresentar uma saída positiva para o momento que vivemos”, afirma o presidente do Sinsej em artigo sobre o assunto publicado aqui.
A ameaça do desconto
Nos dias 15 e 31 de março os servidores de Joinville e Itapoá foram referência de mobilização na região. Para estes dias, o Sinsej conseguiu negociar o abono das horas paralisadas. Para o dia 28, isto ainda não está resolvido, mas o medo do desconto não deve ser um impedimento para a ação dos trabalhadores. Com a aprovação das reformas propostas, não apenas um dia, mas anos de trabalho serão roubados de todos.
Texto atualizado em 26/4, às 15h16