Sem prazo para entrega de EPIs, Prefeitura ameaça trabalhadores
Em reunião esta manhã com trabalhadores das subprefeituras e representantes do Sinsej, a secretária de Gestão de Pessoas, Rosane Bonessi, afirmou que há um processo licitatório iniciado em janeiro para o fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), mas que não existe prazo para a conclusão do processo.
De acordo com ela, os subprefeitos serão orientados a direcionar os servidores a realizarem trabalhos cujos equipamentos estão disponíveis e que, desta forma, “todos terão trabalho a desempenhar”. Além disso, ameaçou os trabalhadores que continuarem paralisados, afirmando que eles poderão “sofrer consequências”. Para o Sinsej, a resposta é inadmissível e contraditória, já que cada servidor possui função específica para as quais é obrigatório dispor de equipamento de proteção. A não apresentação de uma solução real para o problema também prejudica a comunidade, impedindo a prestação dos serviços públicos necessários.
A falta de EPIs no município é denunciada há anos. “Viemos avisando direto que falta EPI”, desabafou na mesa de negociação um dos representantes da Sub Sul. “Trabalhamos com lajota e paralelepípedo, que têm fio cortante, sem luva, e avisamos isso há três ou quatro anos”.
Amanhã, às 7 horas, os diretores do sindicato realizarão assembleias nas subprefeituras e irão propor a ampliação do movimento, englobando mais setores da Prefeitura que enfrentam dificuldades. Na noite de ontem, servidores de Centros de Educação Infantil (CEIs) de Joinville reuniram-se no Sinsej para discutir a falta de servidores nas unidades. Na terça-feira que vem, trabalhadores da Estratégia Saúde da Família também se encontrarão no sindicato para mobilizar-se contra as novas regras impostas pela Prefeitura a respeito do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ), que impacta na vida funcional e financeira dos profissionais. Para o Sinsej, todas estas lutas precisam ser unificadas.
Relembre
Os funcionários do setor de obras relatam que não receberam uniformes nem uma vez neste governo e que estão em falta ainda luvas, perneiras, óculos de proteção, capacetes, entre outros itens. O trabalho sem estes equipamentos coloca a vida dos servidores em risco.
O movimento reivindicatório começou na última segunda-feira, na Subprefeitura Sul, e alastraram-se para a Sub Leste, Oeste e Nordeste de Joinville. Estes exemplos tem motivado mais trabalhadores a manifestarem-se sobre a situação em suas unidades. Ontem, servidores do Horto Florestal – que cuidam do Parque Zoobotânico, de animais e da jardinagem em toda a cidade – também procuraram o sindicato.
De acordo com eles, neste local há profissionais que não recebem uniformes há quatro anos. Faltam óculos de proteção, protetor auricular, luva, repelente, chapéu, colete salva-vidas, entre outros equipamentos. O protetor solar, indispensável para a atividade desenvolvida por eles, está sendo utilizado com data de validade vencida. Materiais de limpeza para a higienização do ambiente dos animais não estão sendo repostos. Outro problema grave é a falta de pessoal e de equipamentos de trabalho.