Vivo levaram Santiago Maldonado, vivo o queremos
Em 1º de setembro uma onda de manifestações se espalhou pela Argentina. A reivindicação da multidão se deu pelo sequestro político do artesão Santiago Maldonado, ocorrido em 1º de agosto, em Lof Cushamen, na província Chubut. Ele estava presente apoiando uma manifestação do povo Mapuche, que luta pelo reconhecimento de suas terras ancestrais, tomadas por grandes grupos capitalistas estrangeiros, como o Benetton Group, mineradoras e petroleiras.
Santiago foi levado pela Gendarmería – organização militar nacional argentina que cumpre funções de polícia em cidades menores – depois de a manifestação ter sido violentamente reprimida.
A operação foi comandada pelo chefe de gabinete do Ministério de Segurança do Governo Nacional, Pablo Noceti, contou com disparos e perseguição dos habitantes da comunidade Cushamen. Os manifestantes foram emboscados em um rio, que Santiago não conseguiu cruzar.
Esse é um caso claro de terrorismo de Estado, fomentado e encoberto de maneira obscena pelo presidente Mauricio Macri. A situação foi o estopim para que centenas de milhares de trabalhadores e jovens fossem às ruas protestar, pelo reaparecimento com vida de Santiago, contra o governo, a precariedade econômica e social enfrentada no país.
Assim, em 1º de setembro, apenas na Praça de Maio, em Buenos Aires, cerca de meio milhão de pessoas estiveram presentes em protesto. A Argentina tem uma história de horrores, com mais de 30 mil detidos desaparecidos na última ditadura militar de 1976. O sequestro de Santiago, que está sendo chamado pela grande imprensa de “desaparecimento”, é inaceitável para a população do país.
Organizações políticas, sindicais, estudantis e sociais, junto com milhares de trabalhadores sem militância orgânica, exigiram em todo o mundo que o governo nacional pare de encobrir o sequestro de Santiago e o devolva com vida.
Apoio à campanha
É função de todo movimento e entidade de luta do mundo solidarizar-se com a revolta do povo argentino. A exploração dos trabalhadores e jovens, assim como a repressão exercida pelos Estados, ocorre em âmbito internacional. O Sinsej apoia a campanha para que Santiago seja entregue vivo. Todos os servidores estão convidados a conhecerem esta história e manifestar-se.