Todo apoio aos servidores de São Paulo em greve

Milhares de servidores estão em greve | Foto: Bruna Santos
Milhares de servidores estão em greve | Foto: Bruna Santos

Os professores de São Paulo estão em greve desde 8 de março contra a criação do Sampaprev, que faz parte de uma reforma na previdência municipal. Este é um dos maiores ataques já sofridos por esta categoria e 90% dos trabalhadores das 1.550 escolas da cidade estão paralisados. Também há servidores de outros setores mobilizados, como saúde, zoonose, serviço funerário, engenheiros, arquitetos, assistentes sociais, bibliotecários e guardas. Na segunda, os médicos da rede municipal também decidiram aderir ao movimento.

O Sampaprev, projeto de lei 621/16, ataca a aposentadoria dos servidores públicos e o plano de carreira. Essa proposta consiste em responsabilizar os trabalhadores pelos desvios de verbas da previdência para outros fins. Ela aumenta o valor de contribuição de 11% para 14% e, em alguns casos, para 19%; aumenta o tempo de contribuição e a idade mínima para aposentaria. Além disso, cobra mais de quem já está aposentado.

Cerca de 100 mil trabalhadores participaram de manifestação
Cerca de 100 mil trabalhadores participaram de manifestação na semana passada

Este novo sistema previdenciário também deixará de atender os servidores mais antigos, que ficarão sem recursos para o antigo Iprem. Assim, o governo obriga os trabalhadores a pagar previdência complementar e cria uma empresa privada que aplicará as economias dos trabalhadores no mercado financeiro, com grandes riscos de prejuízo se os investimentos não derem lucros.

O serviço público de São Paulo, assim como o de muitas cidades e estados do país, vem sofrendo graves ataques, como o corte do programa Leve Leite; corte do transporte escolar gratuito; redução do material didático; fechamento das salas de leitura e informática; superlotação de salas; corte de 178 linhas de ônibus na periferia; fechamento de 108 centros de atendimento médico especializado; entre outras questões.

'Professores foram vítimas de forte repressão na quinta passada
Professores foram vítimas de forte repressão na quinta passada

O Sinsej manifesta seu total apoio à luta dos servidores de São Paulo e considera inaceitável a selvagem repressão da Guarda Civil Metropolitana e da Polícia Militar, sob as ordens do prefeito João Doria, que ocorreu na quarta-feira (14/3), em frente à Câmara Municipal de São Paulo. Neste dia, professores e demais servidores públicos foram agredidos com bombas de gás de pimenta e golpes de cassetetes (inclusive no rosto) por lutarem contra  a aprovação do projeto que criaria o Sampaprev.

Nesta terça-feira (20/3), pais e alunos protestaram no Centro da capital paulista, em apoio à greve, que já dura 12 dias. O grupo caminhou até a Câmara Municipal, onde professores estão acampados à espera dos próximos passos da tramitação do projeto. Doria afirmou que quer aprovar o texto ainda esta semana.

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