Campanha urgente pela vida de ativistas do Paquistão

Pelo menos sete ativistas paquistaneses foram sequestrados pelas forças armadas e paramilitares deste país por participarem de um ato público contra o desaparecimento de mais de 32 mil pessoas da minoria Pashtun. Esses militantes fazem parte da Corrente Marxista Internacional (CMI) e foram presos no domingo (22/4), na cidade de Karachi. Seus pares políticos e familiares até agora não têm nenhuma notícia de seu paradeiro. Eles podem neste momento estar sendo torturados ou mortos nos porões da ditadura do Paquistão.

Diante disso, o Sinsej se une a uma grande campanha internacional de solidariedade, que se dirige às autoridades paquistanesas exigindo o aparecimento com vida e liberdade desses companheiros. Você também pode ajudar enviando uma moção e divulgando a situação (veja como no final deste texto). É preciso levar essa informação aos movimentos dos trabalhadores e dos estudantes de todo o mundo. Urgente!

Cartaz da Aliança Progressista da Juventude pedindo o fim dos "desaparecimentos" no Paquistão
Cartaz da Aliança Progressista da Juventude pedindo o fim dos “desaparecimentos” no Paquistão

Compreenda

Os sete militantes desaparecidos foram presos ao participarem de um ato de solidariedade organizado pelo Pashtun Tahafuz Movement (Movimento de Proteção Pashtun – PTM). A manifestação condenava as atrocidades do Estado paquistanês contra o povo Pashtun nas áreas tribais e em todo o país. Ela acontecia em Karachi, cidade mais populosa do Paquistão e capital da provínciade Sinde, no Sul do país.

Seus nomes são:

  1. Karim Parhar, dirigente do PTM e RWF Qetta
  2. Attaullah Afridi, organizador do Progressive Youth Alliance em Karachi
  3. Aftab Ashraf, organizador central de RWF
  4. Umer Riaz, organizador de Progressive Youth Alliance em Islamabad
  5. Zain ul Abideen, organizador central de Progressive Youth Alliance
  6. Gulbaz, organizador de RWF da Cachemira
  7. Bilawal Baloch, de Quetta, dirigente da Progressive Youth Alliance no Balochistão

Inicialmente, um ato em defesa do povo Pashtun estava convocado para a cidade de Lahore, capital da província de Panjabe. Durante o período de preparação da manifestação, os organizadores e apoiadores do movimento receberam telefonemas com ameaças.  O evento foi proibido, líderes do PTM foram presos e o local onde deveria ocorrer o protesto foi propositalmente inundado com águas de esgoto. Diante da pressão do movimento, esses dirigentes encarcerados foram libertados, mas fizeram apelos para que atos fossem realizados em cidades de todo o país.

No protesto em Karachi, os militantes da CMI que agora estão desaparecidos solidarizavam-se com o PTM contra a brutal opressão do governo. Eles foram seguidos por agentes do serviço secreto depois da manifestação e presos. Embora a operação fosse comandada pelos Rangers (um grupo paramilitar utilizado pelo Estado para assassinar extrajudicialmente), o Exército estava presente. Até o momento não há nenhuma queixa formal contra eles nem informações sobre o seu paradeiro.

Esta é a prática usual da polícia e do Exército do Paquistão contra os quais emerge agora um movimento de massas. No último período tem havido grandes manifestações. Em 8 de abril, foi realizado um ato na cidade de Peshawar com a participação de mais de 150 mil pessoas. Denuncia-se que, nas últimas décadas, milhares de inocentes foram assassinados em nome das operações do Exército, enquanto o Talibã e outros fundamentalistas islâmicos eram apoiados pelo Estado. Também se revela que cerca de 4 mil pessoas inocentes foram vendidas aos estadunidenses como “terroristas”. Quando suas famílias tentaram encontrá-las por meio de canais oficiais foram perseguidas e ameaçadas de consequências severas. O PTM exige a libertação das 32 mil pessoas “desaparecidas”, sequestradas pelo exército paquistanês.

As autoridades estatais estão fazendo o possível para esmagar as manifestações e afogá-las em sangue. A corrupta mídia do país está boicotando o movimento. Todos os partidos políticos no parlamento também são cúmplices deste crime e apóiam o brutal aparato do Estado.

Os sete militantes desaparecidos em decorrência desse movimento só podem contar com a solidariedade internacional da classe trabalhadora.

Como posso ajudar?

Ajudar é simples. Envie mensagens exigindo a aparição com vida e a libertação dos sete ativistas desaparecidos para as autoridades paquistanesas e para a embaixada do Paquistão no Brasil. Divulgue e solicite apoio da sua entidade (sindicato, entidade estudantil, associação de moradores etc).

Endereços de e-mail a serem enviados:

Gabinete do Primeiro-Ministro, Shahid Khaqan Abbasi: info@pmo.gov.pk

Embaixada do Paquistão em Brasília: pakistanembassy84@yahoo.com, parepbrasilia@mofa.gov.pk

Consulado do Paquistão no Rio de Janeiro: camaras@acrj.org.br

Consulado do Paquistão em São Paulo: abdouni@pakistan.org.br

Com cópias para: editor@marxist.pk, editor@marxist.com, sorg@marxismo.org.br

Modelo de mensagem em português e inglês:

Ao Embaixador do Paquistão no Brasil

Ao Primeiro-Ministro, Shahid Khaqan Abbasi, ao escritório do primeiro-ministro Islamabad

Vimos, por meio desta, solicitar a aparição com vida e a libertação dos seguintes ativistas presos pelo Paquistão. Todos têm direito à livre manifestação e não devem ser presos ou mortos por isso.

  1. Karim Parhar, dirigente do PTM e RWF Qetta
  2. Attaullah Afridi, organizador do PYA em Karachi
  3. Aftab Ashraf, organizador central de RWF
  4. Umer Riaz, organizador de PYA em Islamabad
  5. Zain ul Abideen, organizador central de PYA
  6. Gulbaz, organizador de RWF da Cachemira
  7. Bilawal Baloch, de Quetta, dirigente PYA no Balochistão

To the Ambassador of Pakistan in Brazil

Prime Minister Shahid Khaqan Abbasi at the office of Prime Minister Islamabad

We have seen, through it, to call for the appearance and freedon of the following activists imprisoned by Pakistan. Everyone has the right to free expression and must not be arrested or killed for it.

  1. Karim Parhar, head of PTM and RWF Qetta
  2. Attaullah Afridi, organizer of PYA in Karachi
  3. Aftab Ashraf, RWF central organizer
  4. Umer Riaz, organizer of PYA in Islamabad
  5. Zain ul Abideen, central organizer of PYA
  6. Gulbaz, organizer of RWF of Kashmir
  7. Bilawal Baloch of Quetta, organizer of PYA in Balochistan

Atenciosamente,

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