Atendimento em Unidade de Saúde contaminada é interrompido

Unidade passou por dedetização irregular e servidores foram contaminados | Foto: Aline Seitenfus
Unidade passou por dedetização irregular e servidores foram contaminados | Foto: Aline Seitenfus

A Prefeitura de Joinville reconheceu no final da quinta-feira (16) a contaminação decorrente de uma dedetização irregular feita na Unidade Básica de Saúde da Família São Marcos em 14 de agosto. Diante disso, o local permanece fechado até segunda-feira e não abre para a campanha de vacinação que ocorre no fim de semana em postos de toda a cidade. O procedimento realizado no local intoxicou diversos trabalhadores. O problema só não se estendeu aos usuários porque a equipe enfrentou a truculência da gestão.

No início de agosto, uma situação parecida aconteceu na Unidade Básica de Saúde da Família Jardim Sofia. O Sinsej convoca uma reunião com os servidores desses dois locais para esta terça-feira (21/8), às 19h30, no sindicato.

Compreenda o caso

A dedetização foi realizada por uma empresa terceirizada com a unidade aberta, em 14 de agosto, expondo servidores e usuários a fortes produtos químicos. No dia seguinte, os próprios trabalhadores do local foram orientados a fazer uma limpeza. Às 13 horas desse dia, a unidade foi fechada, porque os funcionários apresentavam sintomas de intoxicação. A falta de preparação para o procedimento também contaminou materiais e instrumentos.

Ainda na quarta-feira, a Vigilância Sanitária esteve no local e determinou que a empresa responsável fizesse uma limpeza profissional. Um vazio sanitário – período em que nenhum ser vivo pode se aproximar – foi determinado por 24 horas. Mesmo assim, os trabalhadores foram convocados a voltar ao trabalho na quinta-feira.

Em decorrência disso, 14 trabalhadores precisaram de atendimento médico na quinta-feira. Eles apresentavam sintomas como vômito, dores de cabeça, problemas respiratórios, diarreia, entre outros. Em meio aos afetados, havia uma agente administrativa na décima semana de gestação. Ainda na quinta, a Vigilância Sanitária voltou a visitar o local e orientou que a unidade fosse fechada por mais 24 horas.

O descaso do governo

Quando os trabalhadores começaram a passar mal, pediram a ajuda da Prefeitura, por meio das chefias e da segurança do trabalho, mas tudo o que receberam foi a orientação de irem a um Pronto Atendimento por conta própria. Em conversa com o sindicato, uma das chefias chegou a afirmar à diretora sindical Deise Lima que alguns trabalhadores estavam “sugestionando” sintomas. Isso sem o amparo de nenhum diagnóstico ou exame médico.

Após o ocorrido, o Sinsej tomou conhecimento de que a mesma situação aconteceu no início do mês de agosto na Unidade Básica de Saúde da Família Jardim Sofia. Lá, a equipe de dedetização chegou logo após as 16h30 e começou a trabalhar, ignorando os pedidos dos funcionários para aguardarem o final do expediente. Neste caso, um paciente, que estava no meio de um atendimento, também foi contaminado e passou mal.

O Sinsej está acompanhando o caso e denuncia a negligência do governo. “Esse é um serviço que poderia ser feito pela própria Prefeitura, em vez disso é realizado por empresas terceirizadas sem nenhum tipo de acompanhamento técnico”, explica o presidente do sindicato, Ulrich Beathalter. “Além disso, depois da contaminação ter ficado evidente, a gestão ainda insistiu em abrir a unidade, tratou os servidores com truculência e irresponsabilidade”.

A depender da gestão, se os trabalhadores não tivessem se oposto, a unidade estaria aberta sem interferências desde terça-feira, expondo também os usuários, em plena campanha de vacinação.

Reunião com os servidores

Os servidores das unidades de saúde São Marcos e Jardim Sofia estão convidados a participar de uma reunião no Sinsej, na terça-feira (21/8), às 19h30. Serão discutidas medidas para cobrar a responsabilização da Prefeitura e da empresa sobre a questão.

Texto atualizado em 20/8, às 9h31

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