Prefeitura de Joinville fecha dez unidades básicas de saúde da família
Ação dificulta mais atendimento e aumenta demanda dos servidores
Na última sexta-feira (12) a população da maior cidade do estado foi surpreendida com o anúncio do fechamento de dez unidades básicas de saúde da família por 60 dias. A notícia foi recebida com indignação pelos usuários do SUS que terão de concorrer com outras comunidades por um acolhimento ou serviço básico de saúde, como também pelos servidores que terão de lidar com demanda de até três bairros em um só lugar.
Depois de organizar um ato público junto à comunidade do bairro Adhemar Garcia no mesmo dia, a direção do Sinsej esteve nesta segunda-feira (15) em visita à UBSF do Ulysses Guimaraes e confirmou o que já era previsto: filas longas à espera de atendimento e muita reclamação e desinformação, até mesmo sobre o futuro dos servidores. Conforme a restruturação da PMJ, serão fechadas as UBSFs Adhemar Garcia, Ilha, Lagoinha, Nova Brasília, Parque Guarani, Parque Joinville, Profipo, Rio do Ferro, Santa Bárbara e Vila Paranaense. E as UBSFs Costa e Silva, Aventureiro III vão abrir das 7 às 22 horas, a UBSF João Costa atenderá 24 horas por dia e os pacientes com sintomas respiratórios serão atendidos na UBSF Boehmerwald, das 7 às 22 horas.
Uma servidora que não quer ser identificada relatou que não havia orientação sobre onde deveria atuar a partir do fechamento da Unidade em que trabalha. Apesar de ter filho pequeno e não ter onde deixá-lo, a orientação foi de que trabalhasse até dez da noite.
Para Izinalva Batista, moradora do bairro Adhemar Garcia, e presente na manifestação, a mudança no atendimento vai gerar muita confusão e dificuldade na vida de quem depende do posto, tanto para consultas como para pegar guias de exames e medicamentos.
De acordo com a Prefeitura, o objetivo é ampliar a rede de atendimento direcionada à covid-19 neste momento, no entanto a falta de profissionais e de investimento público no setor, não descartam a possibilidade de o prefeito Adriano Silva entregar esses serviços à terceirização, política que tanto defendeu em campanha. Porém, Izinalva e outros moradores têm receio de que a UBSF não volte mais a abrir.
Completamos um ano de pandemia e passamos atualmente pelo momento mais crítico dela e até momento o prefeito, que se diz bombeiro voluntário, demonstrou não querer salvar vidas. Na cidade que coleciona quase 800 mortos somente em decorrência do novo coronavírus, querer promover o serviço público de saúde por meio de cadastro de voluntariado é uma atitude muito irresponsável.
A direção do Sinsej está solicitando uma reunião urgente com a Secretaria Municipal de Saúde para tratar do assunto. É preciso investimento, concurso público e mais unidades de atendimento.
Texto com informações atualizadas às 13h26.