Reforma da Previdência: categoria organizada dá recado e governo não vota projetos nas comissões da CVJ
Assembleia definiu pela construção de um calendário de mobilizações
Mais de 1200 servidores públicos municipais de Joinville mobilizados conseguiram dar recado aos vereadores de que não vão desistir de lutar pela aposentadoria e contra essa reforma da Previdência.
Depois de terem a admissibilidade aprovada às pressas na Comissão de Legislação, o Projeto de Lei Complementar nº 008/2021, Projeto de Lei Ordinária 23/2021 e Proposta de Emenda à Lei Orgânica 003/2021, do prefeito Adriano Silva (Novo) agora seguem em debate nas Comissões de Finanças e de Saúde da Câmara de Vereadores. Apesar das atitudes autoritárias dos presidentes dessas Comissões, Wilian Tonezi (Patriota) e Kiko do restaurante (PSD), que não permitiram a livre manifestação do público presente durante as reuniões extraordinárias convocadas para a tarde desta segunda-feira (26), os projetos com emendas não foram aprovados. Porém, em mais uma manobra os governistas designaram a relatoria dos textos para o próprio Tonezi e deliberaram pela realização de uma audiência pública virtual conjunta no dia 11 de maio às 19h30 para discutir o tema. Essa audiência pública virtual é um verdadeiro faz de conta que impede a participação e o debate dos projetos desumanos com quem será mais afetado por eles.
Calendário de mobilização vai buscar dialogar com a comunidade
Em assembleia realizada após as reuniões em frente à CVJ, os servidores presentes deliberaram construir um calendário de mobilização para dialogar com a comunidade sobre as consequências dessas propostas do prefeito para a cidade. Em um momento em que é preciso investimento e concurso público para garantir saúde, educação e serviço público de qualidade, Adriano se debruça em apressar no Legislativo a aprovação de propostas que acabam com a aposentadoria de quem atende a comunidade nos serviços essenciais, em todos os momentos.
Com objetivo de demonstrar a falta de pessoal e condições de trabalho, os servidores da saúde deliberaram por não fazer as horas extras no Hospital Municipal São José. É preciso valorizar o trabalho de quem está exausto na linha de frente no combate à pandemia, tendo que lidar com dezenas de mortes semanalmente decorrentes da covid-19, com a falta de equipamentos, insumos para o tratamento dos pacientes e sem política eficaz para barrar a transmissão do vírus.
Depois, a categoria seguiu em passeata até a frente da Prefeitura sob a palavra de ordem “Não à Reforma”.
A presidente do Sinsej, Jane Becker, alertou a todos que ninguém deve dormir sem lembrar desses projetos e sem combatê-los. Afirmou que a luta para pôr fim a essa proposta é importante para mostrar ao prefeito Adriano (Novo) que os servidores estão atentos e organizados na defesa dos direitos e do servido público de qualidade.
O governo quer passar uma conta de aproximadamente R$ 1 bilhão da prefeitura com o Ipreville para os servidores pagarem com a aposentadoria e isso não podemos aceitar. É preciso garantir, antes de tudo, uma auditoria nas contas do Instituto.
Queremos concurso público e dizemos não à terceirização e privatização! Serviço público de qualidade se faz com investimento e valorização do servidor!
Em breve o Sindicato vai divulgar as atividades de mobilização e convida todas e todos a participar.