Descaso da prefeitura coloca servidores e pacientes em risco na UPA Sul
Mais uma vez o Sinsej vem a público para tratar de problemas recorrentes na UPA Sul. A unidade, uma das mais procuradas pela população da cidade, é frequentemente citada pelo Sinsej em suas denúncias. E desta vez não será diferente. O descaso da prefeitura de Joinville com saúde da população fica evidente a cada dia.
Nesta semana o Sinsej recebeu denúncias de vários problemas da UPA Sul e foi até o local averiguar a situação.
Reforma mal feita

Recentemente a UPA Sul passou por reformas na sua estrutura. Algumas áreas da unidade ainda passam por obras de melhorias. Porém, a qualidade do serviço deixou a desejar. Ao chegar na sala de observação é possível ver um enxerto de gases na porta. Isso acontece porque ela não fecha sem aquela adaptação, feita pelos próprios funcionários da UPA. O mesmo acontece na bancada da sala de medicação, onde alguns trabalhadores chegaram a se ferir em uma quina afiada e por conta disso improvisaram uma proteção feita com gases e esparadrapos.
Além disso, diversas tomadas estão descobertas e com fios expostos. Uma pia, que já deveria ter sido instalada, repousa há uma semana em uma lixeira em uma das salas da unidade. Em vários pontos da UPA faltam pisos e na recepção o piso em alto relevo, instalado recentemente para dar acessibilidade a pessoas cegas, já descolou.
Equipamentos em mal estado colocam pacientes em risco

Quem precisa receber medicação na veia na UPA Sul corre um risco considerável de contaminação. Isso porque as poltronas onde os pacientes repousam enquanto recebem o medicamento estão em péssimo estado. Rasgadas, com o forro aparecendo e muito deterioradas. Segundo denúncias feitas ao Sinsej e comprovadas pelos diretores do sindicato que visitaram a unidade, a situação coloca em risco a saúde dos pacientes. “Com as poltronas nessa situação, a gente não consegue fazer a esterilização ao final do atendimento de cada paciente. Com isso o equipamento fica contaminado”, explicou um servidor que prefere não ser identificado. As poltronas foram compradas há mais de 10 anos, ainda durante o governo do prefeito Carlito Merss (PT).

O mesmo acontece com os colchões da ala de observação. Vários estão remendados com fitas e esparadrapos e alguns foram envoltos em plástico para que os funcionários consigam fazer a limpeza necessária. “A gente tem pacientes que acabam fazendo necessidades nesses colchões. Se eles não forem limpos corretamente o risco de contaminação é grande. Mas não tem como esterilizar com o forro exposto”, explicou o trabalhador da unidade.
As escadas que são usadas por pacientes com dificuldades de locomoção para subir nas camas também estão bem deterioradas, como antiderrapante dos degraus já descolando. NA ala de observação algumas camas não tem a manivela para ajuste de altura e boa parte dos leitos estão sem monitores multiparâmetros. Isso sem falar nos banheiros sem iluminação e sem chuveirinho.
Falta de equipamentos e de materiais dificulta o atendimento
Outro problema grave da unidade é a falta de materiais e de equipamentos. A área de odontologia fica com frequência com materiais em falta. Seringas também são itens que volta e meia faltam no local.

Na ala de medicação os servidores usavam três computadores para acessar o sistema e, segundo eles, já era difícil suprir a demanda de atendimento. Agora, apenas dois estão funcionando na unidade, o que causa filas enormes de pessoas esperando receber a medicação. Além disso, os computadores estão velhos e os trabalhadores tiveram que improvisar adesivos para identificar as letras já desgastadas no teclado. As cadeiras desses profissionais também estão quebradas e remendadas. Alguns médicos trazem teclados e mouses de casa, pois caso não trouxessem, não haveria equipamentos o suficiente para todos na unidade.

Trabalhadores ficam sobrecarregados durante as férias dos colegas
Devido a falta de profissionais suficientes para atender a população que procura a UPA Sul, toda vez que um trabalhador tira férias, seus colegas ficam sobrecarregados. Existem poucos servidores na emergência e não há cobertura quando alguém está gozando do seu direito de férias. Recentemente, os servidores foram obrigados a realizar um curso de capacitação, que a princípio seria fora do horário de trabalho e sem pagamento de horas extras ou acumulo para banco de horas. Após intervenção do sindicato, os servidores puderam fazer banco de horas caso fizessem o curso fora de seus horários de trabalho.

Nossa conclusão diante de toda a situação é que sucatear a UPA Sul é um projeto político do governo Adriano Silva (NOVO). Seja porque quer entregar de mãos beijadas para uma empresa terceirizada administrar, seja porque neste governo, apara a Zona Sul, qualquer coisa está bom, o fato é que o descaso da prefeitura com a unidade e com a população da região é enorme. Adriano Silva e o Partido Novo gastaram dinheiro público em uma reforma mal feita, que não foi capaz de tapar os buracos que ela mesma fez.
Além disso, a situação de abandono dos equipamentos da unidade salta aos olhos. O cidadão que chega e precisa tomar um soro ou ocupar um leito na sala de observação, está sujeito a sentar ou deitar em um local que não pode ser esterilizado corretamente e está exposto a contaminações. O fato é que durante todo o governo Adriano Silva (NOVO) a saúde viveu um caos. Mais uma vez o prefeito tem que ser muito grato aos servidores públicos da cidade, porque são eles que estão dando um jeito e cobrindo os buracos deixados pela gestão.
Confira mais imagens do sucateamento da UPA Sul
