Paralisação contra as Reformas no dia 31
Os servidores de Joinville e Itapoá paralisam novamente suas atividades no dia 31 de março. A concentração será às 9 horas, na Praça da Bandeira. Inicialmente, esta atividade havia sido programada para 28 de abril, mas a data foi alterada para que a mobilização acompanhe chamado à todas as categorias do país.
A votação da PEC 287/2016 (Reforma da Previdência) na Câmara dos Deputados também era prevista para dia 28, mas está atrasada. Até o momento, a matéria segue aguardando parecer da Comissão Especial. Esta demora já é resultado da pressão das bases sobre os parlamentares, mas Temer e o Congresso permanecem resolvidos a aprová-la. Após as grandes manifestações de 15 de março, o presidente chegou a ensaiar um “recuo”, afirmando que o serviço público dos Estados e municípios estaria fora da Reforma. Esta foi uma grande mentira que visava desmobilizar as categorias mais organizadas do país. A verdade veio à tona esta semana, com o anúncio de que as modificações nas regras de aposentadoria dos servidores estaduais e municipais precisa acontecer em até seis meses.
Construir uma greve geral de fato, não de discurso
As assembleias de Joinville e Itapoá, que deliberaram por paralisação, avaliaram a necessidade de cobrar da CUT uma verdadeira mobilização nacional. É passado o momento de unir os trabalhadores do país contra os inúmeros ataques impostos pelo governo Temer e pelo Congresso Nacional. As centrais falam em greve geral em abril. Para o Sinsej, esta é uma ação necessária, mas ela não significa apenas um dia de paralisação e precisa ser construída desde as bases, não apenas nos discursos de gabinete. Foi com este entendimento que a assembleia que deliberou pela próxima paralisação aprovou ainda a elaboração de um manifesto dirigido ao conjunto do movimento operário sugerindo a realização de um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora para organizar de fato a greve geral e a luta contra as reformas.
O sindicato somos todos nós
A direção do Sinsej está percorrendo os locais de trabalho e empenhando-se na divulgação e mobilização para mais este histórico dia de luta. No entanto, devido ao curto espaço de tempo, pede a cada trabalhador – em especial aos representantes eleitos – que ajude nesta tarefa, conversando e conscientizando os colegas. Confiamos na capacidade de luta da nossa categoria, demonstrada no dia 15 de março passado contra o desmonte da Previdência. Ampliemos nossa mobilização.
Ataques se aprofundam
A Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei (PL) 4.302/1998, de autoria do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Essa proposta foi encaminhada à Câmara ainda em 1998 e aprovada pelo Senado em 2002. Em 22 de março, após 19 anos, o projeto foi aprovado. Ele prevê a contratação terceirizada sem restrições, inclusive na administração pública. Essa medida contribui para a destruição total dos direitos trabalhistas e do serviço público brasileiro. O governo Temer e sua base aliada querem ainda acelerar a Reforma Trabalhista, que rasga a CLT, além de já terem conseguido a aprovação do congelamento de investimentos públicos pelos próximos 20 anos e da Reforma do Ensino, que desmonta a educação pública.
Desconto dos dias parados
Estão chegando aos locais de trabalho de Joinville mensagens de que o dia 15 será considerado falta injustificada. Toda vez que a categoria se coloca em ação as intimidações aparecem. Até o momento as paralisações tratavam apenas das questões nacionais, mas com as ameaças apresentadas pela Prefeitura, o movimento ganha mais uma pauta: a luta contra a truculência do governo Udo.
Texto publicado em 23/3 e editado em 28/3, às 17h53