Termina a greve dos servidores de Joinville
Acabou hoje (21/6) a greve dos servidores municipais, iniciada na última segunda-feira. Os quatro dias de movimento demonstraram consciência e maturidade da categoria. Eles resultaram nos seguintes avanços:
- Respeito à data-base, com reajuste de 1,69% retroativo a maio de 2018.
- Reajuste do vale-alimentação, passando dos atuais R$ 296,75 para R$ 310, também retroativo a maio de 2018.
- Criação de mais um nível de progressão por acesso na carreira do magistério, contemplando a possibilidade de doutorado.
- Criação de mais um nível de progressão por antiguidade para o magistério, ampliando em um quinquênio no final da carreira.
- Extensão da Gratificação de Interiorização aos Agentes Comunitários de Saúde (que varia entre R$ 83 a R$ 147).
- Retorno do abono natalino, direito estatutário que o governo suspendeu há três anos.
- Flexibilização do registro do ponto biométrico em cinco minutos.
- Extensão aos servidores temporários dos períodos de licença aplicáveis aos servidores estatutários (paternidade – 20 dias, falecimento – oito dias, casamento – oito dias, doação voluntária de sangue – um dia a cada seis meses).
Decisão democrática e consciente
A avaliação do Conselho de Greve, que se reuniu às 8 horas de hoje no Sinsej, foi de que a proposta era insuficiente. No entanto, diante do número de servidores paralisados e das perspectivas de crescimento relatadas pelos representantes de locais de trabalho, a maior parte dos presentes decidiu que era momento de encerrar a greve. Essa foi a posição defendida pela direção do sindicato na assembleia e acatada pela maioria dos trabalhadores.
Para o Sinsej, é importante frisar a consciência e a democracia com que essa decisão foi tomada. A cada greve tem crescido o número de servidores que se engajam nos comandos, opinam abertamente nas reuniões e votam com propriedade. Essa elevação de qualidade da discussão política entre os trabalhadores é o maior ganho de qualquer movimento e certamente se reverterá em quantidade no próximo período.
Os servidores que participaram da greve são a parcela mais avançada da categoria. Por isso, carregam a responsabilidade de retornar ao trabalho de cabeça erguida e explicar pacientemente aos colegas que o movimento foi vitorioso, mas que poderia ter sido ainda melhor com um número maior de participantes.
Ulrich Beathalter, presidente do Sinsej, frisou na assembleia de hoje que é preciso continuar construindo o movimento. “Não tem arrego na luta contra a Prefeitura, não existe uma vitória, uma greve definitiva, existe uma guerra de classe permanente e nós vamos ter que travar muitas batalhas”, disse. “Por isso, precisamos fortalecer nosso exército”.
Dias paralisados
Os servidores que entraram em greve e foram para a luta saem mais uma vez sem nenhum prejuízo na carreira ou desconto salarial. A paralisação de 30 de maio e o dia de hoje (21/6) foram totalmente abonados. O restante do período parado poderá ser reposto em até 90 dias. Além disso, trabalhadores que ainda não conseguiram repor as horas da greve de 2017 poderão fazê-lo no mesmo período. Essa foi uma importante conquista, que preserva as forças da categoria para os próximos embates.