Adriano Silva segue política genocida de Bolsonaro na saúde
A política genocida do governo Bolsonaro que encontrou eco nos governos de Carlos Moises (PSL) e de Adriano Silva (Novo) pode ser também traduzida pelo despreparo, desorganização e falta de medidas eficientes de combate à Covid-19. Passado um ano dos primeiros casos anunciados da doença, o número de mortes no país passou as 300 mil; no estado as 10,1 mil e as 900 em Joinville, ao mesmo tempo em que a vacinação em duas doses alcançou menos de oito mil pessoas na cidade.
Em decorrência da Lei Federal nº 173/2020, referente ao pacto federativo de combate à Covid-19, Joinville recebeu R$ 124,6 milhões de reais do governo federal para o combate à pandemia; mais R$ 4,2 milhões do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS) para o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e R$ 78,7 milhões em transferência de recursos do SUS; além de R$ 7,9 milhões em convênios do Estado para o SUS e serviços hospitalares (verbas de 2020 e 2021) e até agora, reservou R$ 44,3 milhões do total. Desse valor, no momento em que o município é considerado o epicentro da pandemia em Santa Catarina, o governo Adriano (Novo) reservou R$ 1,3 milhão, desde janeiro deste ano (dados da Transparência do município em 25/03).
Numa manobra que retira das comunidades o acesso à saúde básica, ele fechou dez unidades básicas de saúde da família sem qualquer debate e orientação às comunidades atingidas, enquanto aguarda cadastro de voluntários para prestar serviço público. A prefeitura alega reforçar o atendimento à Covid-19 e para isso transferiu servidores dessas unidades, que até então faziam atendimento básico, para outras que atuarão com expediente ampliado, como também para as que tratam exclusivamente de pacientes diagnosticados com a doença.
Além de deixar as comunidades desassistidas, essa manobra vem gerando confusão na vida das pessoas, filas longas de espera nos postos que restaram e uma demanda excessiva no PA Norte, que agora também recebe pacientes com o novo coronavírus.
Estresse, esgotamento mental e falta de pessoal são a dura realidade na saúde
Teresa* (nome fictício), que está na linha de frente no combate à Covid-19 no PA Leste desde o ano passado, conta que ela e muitos colegas estão no limite do esgotamento mental e estresse diante do excesso de trabalho, da falta de material, medicamentos, estrutura e de profissionais no local. “A gente trabalha por três”, desabafa. De acordo com ela, mesmo se a equipe estivesse completa seria necessário contratar mais de dezenas de profissionais para prestar o serviço à população. Emocionada, afirma que está difícil de lidar com a situação e que muitos companheiros de trabalho estão adoecidos, com suspeita ou testagem positivo por covid-19 e inclusive morrendo. Ela conta que já foram dois médicos conhecidos da rede que faleceram em decorrência da doença: “- A cada colega que morre, a gente vai morrendo junto”, completa.
A situação no PA Norte é parecida. Mesmo com novos profissionais recém contratados, falta estrutura para atendimento adequado e há aglomeração na fila de espera para a recepção. O diretor do Sinsej, Márcio de Oliveira, esteve no local e afirma que não há a mínima segurança de os pacientes que não estão diagnosticados com o novo coronavírus não serem infectados.
Serviço público precário e desvalorização do servidor
Em meio a essa situação de caos, o prefeito alega que desde o primeiro dia do seu governo está buscando desburocratizar os serviços, sem explicar o real significado disso para a população: o desmonte do serviço público e, por consequência, a desvalorização dos servidores que arriscam a vida e a saúde em seu trabalho. Muitos servidores transferidos das UBSFs para unidades de tratamento exclusivo para a covid-19, não têm garantia da vacinação e esperam ter acesso ao adicional de insalubridade em grau máximo (40%) e do adicional de periculosidade, solicitados pelo Sinsej a quem está atuando na linha de frente e prometidos pela Secretaria de Saúde.
O ideal seria se não precisássemos arriscar a saúde e nem e vida desses profissionais fazendo uso de EPIs seguros, da testagem em massa e de todos os protocolos de segurança. No entanto, em vez de adotar medidas eficientes que evitem o contágio da doença, Adriano mantém mais de 73 mil pessoas em circulação nas ruas em virtude das aulas presenciais na rede municipal sem que tenhamos testagem em massa e mesmo um programa ágil de vacinação.
A direção do Sinsej está alerta e na luta para garantir condições seguras de trabalho para a categoria, principalmente o direito à saúde e à vida, e orienta os servidores que não tiverem acesso ao adicional de insalubridade e periculosidade a entrarem em contato com a entidade.