Jovens e trabalhadores em insurreição pelo mundo

Greves e protestos em vários países mostram a insatisfação com o sistema econômico e político vigente e a necessidade de uma direção revolucionária

 

A insatisfação de jovens e trabalhadores em todo o mundo explode em greves, paralisações e protestos que desafiam a ordem vigente, exigindo uma alternativa a esse sistema que já não dá mais de si. Em meio a esta onda global de luta, o que se vê não é apenas um grito solitário de revolta, mas um movimento de massas e a urgência de uma direção capaz de transformar as reivindicações em lutas concretas pela derrubada de qualquer realidade que tenha como mote a exploração do homem pelo homem.

Os exemplos abaixo, vindos de diversos países e realidades, nos mostram que a classe trabalhadora e a juventude já não suportam a retirada de direitos, fruto de um sistema que não as representa. Os trabalhadores de Joinville, neste caso, não estão isentos do que acontece no mundo e devem se espelhar nessas lutas contra a privatização, a precarização do serviço público, as reformas e as investidas dos governos locais. Sobretudo, os servidores devem saber que não estão sozinhos: sua preocupação com o futuro, por uma sociedade mais justa e igualitária, é também a preocupação da classe trabalhadora em todo o mundo, como vemos a seguir.

Luta internacional de jovens e trabalhadores

Na Itália, uma greve geral paralisou setores como transporte, educação e saúde. A mobilização, que levou cerca de 500 mil pessoas às ruas e bloqueou portos que transportavam armas para Israel, foi uma demonstração clara de solidariedade ao povo palestino e um protesto contra o genocídio em Gaza, exigindo o reconhecimento do Estado da Palestina e o fim da venda de armas ao exército israelense. Esse movimento reflete uma integração dos métodos de luta dos trabalhadores com causas globais e um exemplo a ser seguido em todo o mundo.

No Nepal, a insatisfação da juventude – principalmente a chamada “Geração Z” – resultou em protestos contra o governo, motivados inicialmente pela proibição de 26 plataformas de redes sociais, vista como tentativa de silenciar as críticas políticas. Esses protestos, que denunciavam também a corrupção disseminada entre líderes e a precariedade econômica da juventude, resultaram em confrontos violentos e na renúncia do primeiro-ministro. Com dezenas de mortos e milhares de feridos, os protestos no Nepal demonstram a profundidade da crise social e a vontade de mudança radical entre as novas gerações.

Na Indonésia, motoristas de aplicativos de transporte realizaram protestos exigindo melhores salários e condições de trabalho. Após a morte trágica de um desses trabalhadores, os protestos se intensificaram, mostrando a precariedade enfrentada por esses profissionais – realidade vivida em vários países, como o Brasil.

No Equador, o movimento indígena lançou uma greve nacional por tempo indeterminado contra as medidas governamentais que impactam no custo de vida, principalmente o aumento do preço do diesel, bloqueando vias e escalando uma crise política no país. A repressão estatal e o confronto institucional refletem a tensão entre as massas populares e o sistema político-econômico vigente.

Nos Estados Unidos, trabalhadores da Microsoft ocuparam a sede da empresa em protesto contra a participação da corporação em operações militares israelenses usando seu software, demonstrando a politização crescente, a solidariedade das categorias trabalhadoras e a busca por justiça em nível global.

Na Sérvia, protestos anticorrupção e contra o presidente Vucic ocorrem constantemente, com forte repressão policial e apoio de grupos armados ao governo, evidenciando a frustração popular diante da corrupção e ataques aos direitos civis.

Greves também no Brasil

No Brasil, também vemos esta mesma insatisfação de outros países. Enquanto o parlamento e o governo se preocupam com blindagens e anistias; com o rigoroso pagamento da dívida pública; com subsídios milionários a grandes empresários e contrarreformas administrativas, a insatisfação popular cresce e os métodos históricos da classe trabalhadora entram em ação.

A paralisação dos trabalhadores dos Correios, por exemplo, atingiu várias regiões, com a categoria reivindicando melhorias nas condições de trabalho diante de sobrecarga e falta de funcionários.

Na Paraíba, professores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) iniciaram uma greve por tempo indeterminado, com pautas que incluem pagamento retroativo, recomposição salarial e melhorias no orçamento da instituição, demonstrando a mobilização de servidores públicos por direitos básicos e valorização.

Em Santa Catarina, os trabalhadores da Celesc entraram em greve, exigindo melhores salários e a retomada de direitos retirados em negociações anteriores.

A busca por uma direção revolucionária

Paralelo à defesa do status quo pela maioria dos parlamentares, que apenas remendam aqui e ali aquilo que já não pode ser consertado, a luta dos trabalhadores persiste e se multiplica.

Esses exemplos evidenciam como a insatisfação da classe trabalhadora não é isolada, mas parte de um movimento crescente que se questiona se o atual sistema econômico e político seria mesmo tão “justo e viável” como dizem os parlamentos e instituições. Ademais, estes movimentos internacionais por melhores condições de trabalho e de solidariedade entre os povos, destacam a importância e a necessidade de uma direção que possa canalizar essa insatisfação em uma luta para derrubar este sistema vigente de morte e opressão. 

O Sinsej, como entidade de classe, se solidariza com a classe trabalhadora mundial e reafirma sua disposição para a organização da nossa categoria contra todos os ataques que achatam cada vez mais as nossas condições de vida e trabalho. Fortaleça a nossa organização, filie-se ao Sinsej!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

cinco × 4 =