Prefeitura aumenta dívida com Ipreville em mais R$ 33 milhões

Apesar do protesto dos servidores, os conselheiros indicados pelo governo foram favoráveis ao décimo parcelamento patronal no Ipreville | Foto: Francine Hellmann
Apesar do protesto dos servidores, os conselheiros indicados pelo governo foram favoráveis ao décimo parcelamento patronal no Ipreville | Foto: Francine Hellmann

O Conselho Administrativo do Ipreville aprovou ontem – com o voto contrário dos representantes da categoria – mais um parcelamento da cota previdenciária patronal da Prefeitura. Essa é a décima vez que Udo Döhler deixa atrasar sua parte da previdência e, ao fim do semestre, pede que a dívida seja dividida. Desde que a atual gestão assumiu a administração de Joinville, em 2013, a obrigação do governo com a aposentadoria dos trabalhadores nunca foi paga em dia.

Desta vez, os meses atrasados são janeiro, fevereiro, março, abril, maio e junho de 2018, o que totaliza uma dívida de R$ 33.203.532,46. Com a aprovação do Conselho, esse montante será parcelado em 60 meses.

Atualmente já há mais de R$ 200 milhões parcelados em cotas previdenciárias patronais, mais de R$ 740 milhões de déficit atuarial e mais de R$ 380 mil de parcelamentos de imóveis, o que totaliza uma dívida de quase R$ 1 bilhão da Prefeitura com o Ipreville. A soma de todas essas parcelas chega a aproximadamente R$ 7,8 milhões mensais*. Nesse valor, estão inseridos juros, que poderiam estar sendo investidos no atendimento à comunidade.

Essa irresponsabilidade do governo Udo com a aposentadoria dos servidores está se tornando insustentável. No final de 2017, a Prefeitura já apresentou dificuldades em honrar até mesmo os parcelamentos. Se essa prática continuar, em pouco tempo o município enfrentará ainda mais dificuldades para pagar o Ipreville e o instituto sofrerá graves consequências. O que está em jogo é o futuro de todos os servidores.

Na reunião do Conselho de ontem, o representante do Sinsej, Antônio Mafra, questionou se a Prefeitura tem alguma previsão de quando os pedidos de parcelamento irão parar. O secretário da Fazenda, Flávio Martins Alves, respondeu que, no melhor cenário, em 2020 – ou seja, quando acabar o mandato de Udo Döhler.

O sindicato considera essa postura inadmissível e tem convocado os servidores a se levantarem. Apenas o voto dos representantes da categoria no Conselho não tem sido suficiente para barrar os parcelamentos. Apenas quando a indignação se converter em uma grande mobilização os trabalhadores conseguirão obrigar a Prefeitura a pagar em dia o instituto.

* Todos os dados informados nesse texto podem ser conferidos nos demonstrativos contábeis do Ipreville, que são públicos e estão disponíveis aqui.

 

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