Prefeitura limita ainda mais o acesso a atendimento pediátrico

Na tarde de ontem, o Sinsej se reuniu com os pediatras da UPA Leste após a séria denúncia de que a prefeitura busca restringir ainda mais os atendimentos pediátricos para a população. A gestão quer limitar a carga horária dos pediatras ao mínimo de 60 horas mensais. No lugar dos pediatras que são servidores de carreira, a prefeitura pretende contratar uma empresa terceirizada que credencia médicos para atendimento das crianças. Mas, de acordo com as denúncias trazidas pelos servidores da unidade, esses médicos não são pediatras, apenas possuem experiência anterior em atendimento com crianças.

Cabe lembrar que a única unidade de pronto atendimento que conta com pediatras para o atendimento de crianças atualmente é a UPA Leste. As unidades UPA Sul e PA Norte contam com atendimento para crianças, mas é realizado apenas pelas empresas terceirizadas, onde a grande maioria dos médicos credenciados é generalista, não especialista em pediatria.

Com essa medida, a prefeitura dá mais um passo no desmonte do atendimento público especializado, penalizando diretamente às famílias trabalhadoras que dependem do SUS. Ao restringir a atuação dos pediatras de carreira e abrir espaço para contratos precários e terceirizados, o governo municipal abandona sua responsabilidade de garantir atendimento qualificado às crianças. Essa é uma escolha política, que prioriza a terceirização e a redução de custos em detrimento da qualidade e da segurança da atenção à saúde infantil.

A população é enganada com a falsa impressão de que há atendimento pediátrico nas unidades de urgência e emergência. Na prática, porém, a maioria das crianças é atendida por médicos generalistas, sem formação específica em pediatria, o que pode comprometer diagnósticos e tratamentos. E é isso que vem acontecendo nas unidades, de acordo com as denúncias dos servidores da saúde. Ao esconder essa realidade, a gestão desrespeita tanto os usuários quanto os profissionais que dedicam suas vidas ao serviço público, precarizando um setor essencial já sobrecarregado.

Além disso, os pediatras da UPA Leste vêm sendo submetidos a práticas de assédio institucional. A gestão impôs restrições arbitrárias às escalas de trabalho, impedindo os servidores de escolher horários e plantões nos finais de semana, em clara tentativa de desestimular sua permanência na unidade. Essa conduta autoritária, somada à tentativa de substituição dos profissionais concursados por terceirizados, revela o verdadeiro projeto da prefeitura: enfraquecer o serviço público e transformar a saúde em mais um campo de negócio.


Convocamos todos os servidores a estarem atentos contra as tentativas de terceirização e privatização dos serviços públicos. É preciso se mobilizar contra mais este ataque frontal à classe trabalhadora.

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