Greve na saúde continua e contradiz noticiários

A greve dos servidores da saúde estadual está mantida nesta segunda-feira, apesar de os veículos de comunicação informarem a ilegalidade do movimento. O Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde Público Estadual e Privado de Florianópolis (Sindsaúde/SC) afirma que a decisão de sexta-feira (27/10) do Tribunal de Justiça determina algumas normas a serem cumpridas pela paralisação, mas não a proíbe.

De acordo com a assessoria jurídica da entidade, a liminar garante o acesso de quem quer trabalhar, o que o sindicato diz já ser feito desde o começo do movimento. A Justiça também determinou o funcionamento estável dos serviços de urgência e emergência. O ponto de maior dificuldade para os grevistas será determinação de manter 70% do quadro ativo.

Segundo a diretora regional do sindicato Mari Estela Eger, a liminar do TJ não muda o esforço do movimento. “Hoje (29/10) iremos para Florianópolis fazer um ato. Estamos levando um ônibus”, explica. O objetivo é demonstrar o descontentamento dos trabalhadores diante da tentativa da Secretaria de Estado da Saúde SC de criminalizar a greve e não apresentar nenhuma proposta à categoria.

Florianópolis de luto

O ato de Florianópolis pretende reunir grevistas de todo o Estado na capital catarinense. Os manifestantes estão orientados a usar camisa preta durante as atividades, o que demonstrará sua decepção com o governador. A atividade faz parte de um circuito de ações entre panfletagens, passeatas e acampamentos.

O estopim da paralisação

O que desencadeou a greve foi o anúncio da contratação de 600 novos servidores para o Hospital Regional de São José. O Sindsaúde/SC não é contrário à admissão de mais profissionais. Porém, essa decisão terá o efeito colateral de acabar matematicamente com a necessidade de horas extras – chamada de hora plantão (HP).

O sindicato explica que durante 20 anos usou-se o recurso das HP para sanar o quadro de contratações defasado, o que resultou na incorporação desse valor na renda salarial mensal dos trabalhadores. Por isso, a categoria pede que se mantenham as contratações e conceda-se um aumento salarial aos trabalhadores da saúde estadual na forma gratificação – prática já aplicada em outros setores do governo.

Grevistas afirmam que paralisação não fica prejudicada pela liminar Foto: Johannes Halter

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